segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Os Olhos Amarelos dos Crocodilos" de Katherine Pancol, opinião

A escrita, a enfabulação e as metáforas utilizadas por Catherine Pancol foram uma inspiração, pois apetece-me escrever ao reler o que destaquei neste livro.
Utilizando uma excelente combinação de palavras, a história de Josephine, Philippe, Antoine, Hortense e da pequena Zóe acompanham-nos como se estivessem mesmo ali ao nosso lado, tal como a reserva africana de crocodilos ou as ruas e cafés de Paris.
A frieza e a vaidade de algumas mulheres comparada com a delicadeza mascarada de outras, a combinação de diferentes feitios que se completam e protegem compõe assim a história das irmãs, sejam elas Íris e Josephine ou as pequenas Hotense e Zóe. As diferenças entre vários tipos de mulheres, as aventuras e emoções que constituem as suas vidas, se se cruzam ou se afastam e voltam a unir, porque na fraqueza de umas se descobre a força e vontade de outras. É assim este enredo, cheio de reviravoltas e peças que vão desencaixando e encontrando novas silhuetas de encaixe.

Neste livro, Pancol viaja pelos sentimentos dos outros e facilmente apela aos nossos. Uma leve mistura de fantasia (em que tudo pode acontecer, basta acreditarmos) com um relato transparente e apaixonante da dura realidade que nos pode envolver, desde o desdém à falta de dedicação ou amor, porque por vezes apenas há um elevado muro de mentiras que nos separa e afasta daqueles de quem era suposto estar próximo, unido e confiante.

Um livro que questiona o amor, a mentira, a união, a família, o materialismo, a força interior, mas acima de tudo questiona cada um no seu Eu mais profundo.

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