quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Opinião :: "A Biliotecária de Auschwitz"

Como disse durante a leitura: 
"Ler este livro é ver pequenas flores nascerem no meio das cinzas, pequenos pontos de esperança a surgir onde não esta existe, onde ninguém consegue viver, só existir. É ver pequenos meios sorrisos num povo massacrado e saber que os livros são os responsáveis, que esse objecto que tanta gente ignora, é sem dúvida, um bem precioso"

 » Excerto «

Sinopse
Um emocionante romance baseado na história verídica de uma jovem checa, a bibliotecária do Bloco 31, de Auschitwz – Dita Dorachova – com quem o autor teve oportunidade de falar e que resgata do  esquecimento uma das mais comoventes histórias de heroísmo cultural.

Minuciosamente documentado, e tendo como base o testemunho de Dita Dorachova, a jovem bibliotecária checa do Bloco 31, este livro conta a história inacreditável, mas verídica, de uma jovem de 14 anos que arriscou a vida para manter viva a magia dos livro, ao esconder dos nazis durante anos a sua pequena biblioteca, de apenas oito volumes, no campo de extermínio de Auschwitz.
Sobre a lama negra de Auschwitz, que tudo engole, Fredy Hirsch ergueu uma escola. Num lugar onde os livros são proibidos, a jovem Dita esconde debaixo do vestido os frágeis volumes da biblioteca pública mais pequena, recôndita e clandestina que jamais existiu.
No meio do horror, Dita dá-nos uma maravilhosa lição de coragem: não se rende e nunca perde a vontade de viver nem de ler porque, mesmo naquele terrível campo de extermínio nazi,
«Ler um livro é como entrar para um comboio que nos leva de férias.»

A minha opinião: 
Este livro é lindo, é curioso dizer isto sobre um livro passado em Auschwitz mas é verdade. É uma história de esperança, de perseverança, de amor aos livros e que tem uma personagem muito grande, Edita Kraus, mesmo nos seus 14 anos. Edita Kraus é a bibliotecária de Auschwitz e nós começamos a gostar dela logo nas primeiras páginas. Saber que este livro fala sobre pessoas reais, mesmo estando romanceado para colmatar a falta de informação sobre pessoas ou detalhes, faz-me querer pesquisar mais, especialmente sobre estas réstias de esperança que possam ter aparecido no meio do desespero, da fome e da desumanização que era Auschwitz.
Claro que romantizar uma história passada campo de concentração não lhe tira o horror inerente a toda esta época, a tudo o que os nazis fizeram e ao quanto é importantes termos em mente, hoje e no futuro, que é necessário dar valor a todos os seres humanos e que nunca mais se deve submeter NINGUÉM a tamanha atrocidade.
A temática da 2ª Guerra Mundial, em especial o Holocausto, sempre mexeu muito comigo. Foi sem dúvida a matéria que dei com mais fervor em História e continua a ser um tema que me interessa muito mas há sempre uma parte de mim, bem além da curiosidade, que não consegue deixar de pensar no que as pessoas sofreram e no quanto somos abençoados por nunca ter de passar por algo assim.
Conhecer a história de Edita prova-me, uma vez mais, que lado a lado com a minha curiosidade sobre a época, tenho algo cá dentro que arde cada vez que leio sobre as condições desumanas que os prisioneiros dos campos viviam e como foi complicado sobreviver com os traumas físicos e psicológicos causados pelo tempo passado nos campos.
Ler esta entrevista a Dita depois de ler terminado o livro, fez-me sorrir quase ao mesmo tempo que me apetecia chorar. Ao longo do livro vamos criando uma ligação com Dita mas começamos a querer saber mais sobre ela e os outros personagens, queremos que nada de mal se passe com eles, mas é impossível.
Depois de ler o livro dei comigo perdida umas horas na net a pesquisar sobre Auschwitz, as personagens, as fugas e dei de caras com alguns links que não posso deixar de partilhar convosco.

Entrevista a Dita Kraus
Entrevista de Dita Kraus ao La Vanguardia (em espanhol)
Artigo Radio Praga sobre a publicação do livro na língua materna de Dita, o Checo
e as magnificas opiniões sobre o livro no Goodreads

Dita tem 84 anos actualmente, vive em Israel e é viúva de Otto Kraus (que conheceu não posso dizer onde porque detesto spoilers)
Dita Kraus com Antonio Iturbe em Barcelona na altura do lançamento do livro
Dita confessa que ainda não leu o livro mas que já sabe ter sido retratada como uma heroína e não concorda. Para mim, ter sobrevivido e ser a fiel guardiã dos livros do pavilhão das crianças em Auschwitz fazem-na ser uma grande mulher e uma heroína aos meus olhos.

Se depois de lerem este livro, não tiverem vontade de o abraçar, sugiro que comecem de novo para que possam encontrar a mesma chama que me atraiu a mim.
Este livro é uma grande homenagem aos homens e mulheres que padeceram em Auschwitz e, acima de tudo, aos que sobreviveram e estão ainda hoje entre nós para contar a história, por mais dolorosa que seja.
  "A Biliotecária de Auschwitz" é igualmente uma ode aos livros, ao seu poder curativo e de abstração. Se um livro hoje em dia pode fazer maravilhas para nos distrair dos pequeninos problemas que temos no dia a dia, imaginem o quanto não é poderosa a sua magia para ser capaz de fazer alguém esquecer, mesmo que por momentos, que se encontra em Auschwitz.

E como isto me pergunto "como é que alguém é capaz de não gostar de livros?"
E vocês, ficaram curiosos?
Esta é uma boa prenda de Natal!
Boas festas e
boas leituras!

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