quinta-feira, 31 de março de 2016

“A Resistência” de Julián Fuks :: Opinião


"É preciso aprender a resistir. Nem ir, nem ficar, aprender a resistir. (...) Resistir: quanto em resistir é aceitar impávido a desgraça, transigir com a destruição cotidiana, tolerar a ruína dos próximos? Resistir será aguentar de pé a queda dos outros, e até quando, até que as pernas próprias desabem? Resistir será lutar apesar da óbvia derrota, gritar apesar da rouquidão da voz, agir apesar da rouquidão da vontade? (...) Quanto do aprender a resistir não será aprender a perguntar-se?"

Resistência, resiliência, militância e consciência; talvez sejam palavras de ordens neste relato de como aprender a perguntar-se sobre a sua própria história, sobre o que o rodeia, o que o sustenta e faz dele o que é. 

"(...) a atrocidade de um regime que mata e que, além de matar, aniquila os que cercam suas vítimas imediatas, em círculos infinitos de outras vítimas ignoradas, lutos obstruídos, histórias não contadas."

Tentando contornar os horrores da ditadura, Sebastián, o personagem que relata a história da família e de um filho adoptivo, o seu irmão Emi, uma criança adoptada em circunstâncias pouco claras e numa época conturbada na Argentina. Numa época de ditadura militar marcada pelas Avós da Praça de Maio que procuravam crianças retiradas às famílias pelos militares e entregues a outras famílias. Nunca ficamos com uma ideia definida sobre a proveniência de Emi, no entanto, percebemos pela narrativa e pelas divagações que contêm que todos eles resistem a coisas diferente. 

"(...) sou o filho orgulhoso de um guerrilheiro de esquerda e isso em parte me justifica, isso redime minha própria inércia, isso me insere precariamente numa linhagem de inconformistas."

Os pais, psicanalistas de formação, lutam e resistem; Emi, combate a integração na família e em larga escala na sociedade, provocando também ele um sentimento de resistência. Sem crueldade, mas com muita necessidade em malversar as dúvidas, Sebastián precisa de entender a família e o irmão adoptado. Talvez a sua narrativa intensa e plena de emoção contenha alguma desintegração e um lado mais intimista, ainda assim, os factos são minimalistas e deixam o leitor sempre em dúvida. 

"Imagino meus pais, nessa manhã que não conheço, num apartamento em que nunca entrei, num prédio de que só vislumbro a fachada, imagino meus pais em volta da mesa debruçados sobre o jornal. (...) imagino é uma manhã de domingo, em agosto de 1978. Por essa época quase todos os crimes eram conhecidos, mas costumavam chegar por vias mais tortuosas(...)"

Desengane-se o leitor se pensa que os pais, o irmão ou até a irmã estão nesta narrativa, não, nesta narrativa estão as dúvidas e os pensamentos de Fuks numa auto-ficção e só mais para o final é que contamos com a aceitação por parte da família e ainda assim restam dúvidas. É como se o próprio fio condutor que sempre fustigou o autor, tivesse enveredado por outras introspecções, ideias transversais face a inquietações do passado, mas que são também muito actuais e urgentes.

"Como pode querer engendrar uma vida aquele cujo tempo o terror interdita, aquele que desconfia da mera iminência de um dia novo (...)"

Talvez tenha sido esta a questão fulcral: como pode alguém que foge ao terror pensar em ter filhos!? E é aí que Fuks refere que «ter um filho há-de ser sempre, um ato de resistência» não sem desde o início traçar um raciocino bastante acutilante e que exige reflexão.

"Uma criança não nasce para aliviar, nasce e assim que nasce exige seu próprio alívio. Uma criança não chora para abrir nos outros a possibilidade de um sorriso; chora para que a tomem nos braços, e a protejam, e calem com carícias o desabrigo implacável que desde cedo a atormenta."


*
Uma edição COMPANHIA DAS LETRAS



Novidade Quetzal :: "Coisas que os homens me explicam"


A ferramenta de que todos precisamos para encontrar algo que quase estava perdido. Conjunto de textos em que a desigualdade de género é analisada através de diferentes manifestações de violência contra as mulheres, facilmente observáveis mas quase sempre desvalorizadas pela sociedade em geral. Começando pelo tratamento condescendente até ao silenciamento das mulheres: a descredibilização, a exploração, a agressão física, a violência, a morte. Solnit começa por contar um episódio cómico, em que um homem lhe explica um livro que não leu e que foi ela que o escrevera. Este episódio deu origem a um texto postado no blogue «TomDispatch» e teve uma repercussão enorme. Foi assim cunhada a palavra mansplain para a situação em que os homens explicam às mulheres coisas que elas sabem e que eles não sabem, chegando a ser considerada a palavra do ano em 2013.

Uma novidade

quarta-feira, 30 de março de 2016

Novidade Porto Editora :: "Razões Para Viver"

Um livro sobre como tirar o máximo partido da vida enquanto cá estamos.


Aos 24 anos, o mundo de Matt Haig desabou:
Durante algum tempo, fiquei parado junto ao abismo. Primeiro, a ganhar coragem para morrer; depois, a ganhar coragem para viver.

Razões para viver pede ao leitor que compreenda que o «fundo do poço não é o local mais adequado para termos uma visão clara e nítida sobre as coisas» e mostra que «o túnel tem mesmo uma luz ao fundo, mesmo que sejamos incapazes de a ver». Este é um livro sobre como tirar o máximo partido da vida.
Este é um relato na primeira pessoa sobre a forma como Matt mergulhou numa crise profunda, triunfou sobre uma doença que quase o matou e reaprendeu a viver.
Quando se está deprimido, sentimos que estamos sozinhos e que mais ninguém está a passar exatamente por aquilo que nos está a acontecer. Temos tanto medo de que os outros nos achem loucos que acabamos por interiorizar tudo. Temos tanto medo de que as pessoas nos ostracizem ainda mais, que acabamos por nos fechar numa concha. E não falamos sobre o que se passa connosco, o que é uma pena, pois ajuda se falarmos sobre o assunto.

“Este livro deve ser lido por todos quantos tenham passado ou conheçam alguém que tenha passado por uma depressão. Mesmo toda a gente.”
SJ Watson, autor do bestseller Antes de Adormecer

Uma novidade

Novidade ASA: A vida (pouco) romântica de Ally Hughes

Uma sinopse que nos faz pensar "nunca mais me queixo da minha vida amorosa!"

Data de lançamento 14 de Abril


Ally Hughes é jovem, atraente, inteligente e divertida. Tem tudo para ser feliz no amor, certo? Errado. Há muito tempo (mesmo muito tempo…) que Ally não tem um único encontro amoroso.
Com a vida dela, quem teria? É professora universitária e cuida sozinha da filha, Lizzie, que nasceu quando Ally tinha apenas 17 anos. Ela tem simplesmente mais que fazer. Até ao dia em que um aluno seu, Jake, lhe entra no gabinete. Quando o rapaz - ansioso por melhorar a nota - se oferece para a ajudar numas obras em casa, Ally está longe de imaginar o fim de semana escaldante que vai viver com ele. Mas Jake tem vinte e um anos, e Ally uma filha pequena, para quem quer ser um exemplo. É com o coração pesado que ela termina a relação. 

Passados dez anos, Lizzie surpreende a mãe ao apresentar-lhe Noah, um amigo mais velho a quem idolatra. Ally não vê televisão nem vai ao cinema, não podia saber que Noah é uma estrela, um dos atores mais cobiçados do momento. E muito menos podia imaginar que Noah é o nome artístico de... Jake, o estudante que ela nunca conseguiu esquecer, o homem que - percebe agora - nunca conseguiu esquecê-la a ela. Agora que Lizzie dá os primeiros passos (acelerados) rumo à independência, Ally enfrenta a séria possibilidade de viver um grande amor. Bastar-lhe-á ser implacável e derrotar a sua pior inimiga: ela própria.

Uma novidade

Novidade Jacarandá :: "Três Vezes Nós"

A metade colorida não resiste a romances :)


Há momentos que mudam tudo. Quando os seus caminhos se cruzam, em 1958, Eva e Jim são dois jovens estudantes de Cambridge. Jim passeia na rua quando Eva, que se aproxima de bicicleta, dá uma guinada para se desviar de um cão. O que acontece a seguir determinará as suas vidas. Seguimos três versões diferentes do seu futuro – juntos e separados –, à medida que a sua história de amor segue diferentes percursos e reviravoltas até chegar ao desfecho, em 2014. Três Vezes Nós é um romance notável sobre as decisões que tomamos e os diferentes caminhos que as nossas vidas podem seguir. E se uma pequena escolha pudesse alterar a sua vida para sempre?

Uma novidade

terça-feira, 29 de março de 2016

Sr. Dr. tenho um problema. Ai sim, leia um livro!

Remédios Literários
de Ella Berthoud, Susan Elderkin

De A a Z, desde Abandono até Zangar-se com o melhor amigo - centenas de livros para a cura de todos os seus males. O seu amor não é correspondido? Sofre de depressão? Está com uma crise identidade? Constipada? Tem falhas de memória? Acha que sofre de reumatismo? É hipertenso? Tem falta de sono? Corre risco de ter diabetes? Para este livro, o remédio está na leitura dos grandes romances que imortalizaram autores como Saul Bellow ou Stefan Zweig, passando por Goethe, Tolstoi, Kafka, Isabel Allende, Mia Couto, Salinger, Jane Austen, Melville, Nabokov, Eça de Queirós, Saramago e muitos outros.

A experiência de biblioterapia que aqui se propõe baseia-se na experiência das autoras com pacientes — e é apoiada por uma avalanche de provas empíricas. Para cada crise, doença, situação de sofrimento físico ou de comoção espiritual, há um livro indicado que pode servir de cura. Por vezes, é a história que encanta, outras vezes é o ritmo da prosa que trabalha na psique, aquietando ou estimulando, ou é uma ideia ou uma atitude sugerida por uma personagem que está num dilema ou num sarilho semelhantes. Os romances recomendados neste livro - mais de 750 - têm o poder de curar e de aliviarem todas as maleitas. Inclui um vasto número de listas que vai entusiasmar qualquer leitor ou amante de livros: os melhores romances para abafar o ressonar, para baixar a tensão arterial, para ler na sanita, para combater os pesadelos, para ler no comboio, para ler durante uma constipação, para superar um divórcio, para quem não pode viajar, para ler durante a gravidez, etc. — incluindo uma lista dos melhores romances «para parecer um bom leitor». 

Com o livro, vamos oferecer um bloco de receitas - semelhante aos das receitas médicas - em que cada um pode prescrever romances que curam males e inquietações. Ler este livro vai, também, ser divertido.

Uma novidade
Mais informações no site 

«Regresso a Mandalay» de Rosanna Ley -- Opinião


Rosanna Ley estreia-se em Portugal com um romance que nos transporta até um destino longínquo e exótico, onde um toque de mistério na dose certa, envolve o leitor num enredo recheado de artefactos e locais ancestrais que descrevem a Birmânia da década de 30 e hoje, Myanmar. 

"Todavia... A Birmânia era calorosa e vibrante e tinha-se-lhe entranhado na pele. E havia Maya."

É pela Birmânia de Lawrence que Eva sente ainda mais o apelo de partir. «Regresso a Mandalay» é a história de uma neta, Eva, na senda do passado perdido do avô, Lawrence, recordando a sua maior paixão, Maya. 
O passado é algo muito presente também na vida de Eva, pois o antigo assume um papel muito importante a nível profissional e é isso que lhe permite essa oportunidade. No entanto, agora é chegada a fase de sentir o passado de forma mais vívida e logo mais imprevisível.
No ramo das antiguidades, Eva parte a trabalho, mas também para vivenciar as histórias que o avô lhe contava desde pequena.

"O pagode de Shwedagon revelou-se muito mais interessante do que Eva esperava. Era maior, mais grandioso e mais dourado. Os mosaicos que revestiam as paredes e as colunas resplandeciam, e os entalhes em teca que ornamentavam os alteras e os pequenos pagodes eram simplesmente de cortar a respiração. Eva estava maravilhada."

Perdida entre stupas, focada na energia dos nats e a absorver os enigmas dos chinthes que revelam parte da história do avô e de Maya, Eva sente-se maravilhada com as cores, os odores e todas as sensações que experimenta através da cultura e dos hábitos que lhe inebriavam os sentidos.
Entre tesouros e ofertas raras, toda uma outra época é trazida para o centro da acção, enchendo-a de uma atmosfera imperialista. 

"Ao olhar em volta pela última vez para os edifícios do mosteiro, Eva pensou na mulher que tinha vivido ali, a mulher que recebera pela primeira vez a oferta especial dos dois chinthes da rainha Supayalat, a última rainha da Birmânia."

É ainda importante dizer que o enredo não se prende só na ligação de velhas paixões e mistérios daquela época dourada, o livro é rico em descrições fabulosas, mas também na própria história de Eva. Toda esta incursão a fará pensar em si e na sua vida e viver uma aventura. Dizer mais será retirar o brilho e a magia de descobrir este romance.


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Mais informações AQUI

sábado, 26 de março de 2016

As mulheres do Islão, trilogia de Marek Halter :: Opinião


A trilogia criada por Marek Halter traz-nos a vida do Profeta Maomé pela sua ligação com três mulheres que representam as figuras eternas da feminilidade: a mãe, Khadija; a guerreira, Fatima e a confidente, Aicha. Em três romances épicos e com uma escrita que seja a ser lírica, Halter invoca o feminino numa Arábia do século sexto quando os pilares do Islão se estavam a erguer pela voz de Muhammad ibn Abdallâh, Maomé. 


Volume 1 - «Khadija - A Mulher de Maomé»

"Se o homem fosse um rio, a mulher seria a ponte."

É assim, na voz deste provérbio árabe que se abre este primeiro volume perante o leitor. Khadija bint Khuwaylid é a mulher que fará a ponte para Muhammad chegar à vida social e às lides dos poderosos de Meca. Viúva e independente pela fortuna e poder económico que detêm, Khadija vê no beduíno, exímio condutor de caravanas, uma sensibilidade e uma energia que a fará desejá-lo como marido. No entanto, esta fugaz paixão e desejo de escolher o seu marido contraria as imposições da época, mas uma batalha faz virar o curso de ambas as vidas, deles e dos seus clãs, juntamente com a abertura de uma abismo, que se fará eterno, com Abu Sofyan al Çakhr.

Desde cedo estranhamos a forma peculiar desta narrativa, numa linguagem quase mística, com descrições que apelam aos sentidos e tentam alimentar o nosso imaginário, orientando para um destino tão longínquo e desconhecido. Inutilmente tentamos decorar os nomes, os clãs, as designações próprias do local onde se desenrola a acção, mas se inicialmente isso pode ser complexo ou quase desmotivador, julgo que com o capítulo «A batalha» passamos a olhar e a sentir este livro como um romance que nos transportará para um plano infinito, onde nos perderemos entre a felicidade, a luta, as aventuras, as profecias e a paixão plena e infinita entre Khadija e Muhammad.

As descrições alimentam o nosso conhecimento por detalhes da época, práticas costumeiras, desígnios pagãos e formas de lidar e amar que parecem muito longe de nós, tal como a aceitação das limitações da Meca medieval, leis tidas como ancestrais e por tal eternas e que a imposição de outras será uma ofensa maligna aos deuses. A admiração com que vamos avançando na história é forte e faz-nos querer continuar procurando a severidade que se anuncia, pondo termo à felicidade que o casal vive.

Khadija é dona de uma sabedoria sensorial e premonitória, talvez tenha sido por isso que perante as primeiras visões e anunciações de Muhammad ela tenha dito !Eu acredito!", impondo-lhe a fé e a força que eram necessárias para que uma nova fé nascesse. Não sem antes levantar inúmeras interrogações e revelações que trariam dor, morte, violência e o fim da Meca que conheciam.

No declínio da vida e dos ídolos que conheciam impõe-se sempre a força e as armadilhas de Abu Sofyan, como líder e oponente máximo às palavras e aos actos daquele que será o Profeta Maomé.

"Mais tarde, muito mais tarde, nas duras luas que se seguiram, Khadija lembrou-se dessa noite como a noite que encerrou a felicidade perfeita da sua vida, tal como, quando a noite se aproxima, os crepúsculos incendeiam os dias mais belos. Porque, no silêncio do tempo, o novelo da felicidade, que se mantivera enrolado durante tanto tempo, começou a desenrolar-se."

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Volume 2 - «Fatima - A Filha de Maomé»

Após o fim de Khadija é chegado o tempo de Fatima, que tal como a mãe anunciou ela será o filho que o pai não teve, a sombra e a protecção de Muhammad, numa ligação transcendente para a época, negando-lhe, por seu próprio desejo, a simples mas cuidada condição de mulher.

«Fatima é uma parte de mim. O que a magoa magoa-me.»

Este segundo livro é mais guerreiro, mais movimentado, mais apelativo ao lado religioso, é nesta fase, com Fatima a cavalgar ao seu lado, que Muhammad é obrigado a abandonar Meca e a sua Caaba e dirigir-se a Yatrib, cumprindo-se assim a sua Hégira.

"O Mal espalhado por Satanás não está em ti, está em Meca e em todos os que o corporizam, como Abu Lahab, Gangrena todas as vidas e todas as pedras da nossa cidade, até à sagrada Caaba. Temos de tirar a lição do que se passou em Ta'if: é inútil pretender impedi-los de fazer o mal enquanto não formos suficientemente fortes. Chegou o momento de o seu Mensageiro fugir da gangrena dos pagãos, como Mûsâ fugiu da do Faraó."

É nesta fuga e neste fortalecimento que Muhammad, o Mensageiro, declara guerra aos pagãos, aos incréus, até conseguir preparar-se para peregrinar e regressar a Meca. Durante essa preparação a sua relação com a filha Fatima ressente-se e a mesma terá de redireccionar a sua força e a sua sabedoria perante a sua condição de mulher, mas também pela entrada de mais uma mulher na vida de Maomé. Aicha, a imprudente pela idade, mas a confidente que trará a palavra até aos fieis.

Este livro está pejado de discurso religioso, de pregação, tal como a época exigia. O desejo de uma oração comum que provocasse uma maior conversão, pois também em Medina ou Yatrib os clãs e os judeus se rebelavam uns contra os outros.

"- Estação, após estação, tememos que a divisão destrua a nossa cidade. Os nossos clãs e os dos judeus estão sempre em disputa. A terra de Yatrib é uma só. Conhecemos a verdade: sem união, o vento e o ódio acabarão por nos dispersar, como um cesto de tâmaras rançosas. Este enviado de Allah é a nossa oportunidade."

Nesta fase mais peregrina o relato apaixonado de Halter coloca o peso na palavra, na que Maomé espalha e espera que seja ouvida, mas também na sensibilidade de Fatima, anunciando a importância da memória que Aicha representará.

"As palavras são pássaros - disse-lhe. Se sabes abrir-lhes a gaiola, descobrem sempre para onde devem ir. E podes confiar nelas: conhecem os melhores ninhos."

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Em breve, o terceiro e último volume.

Uma edição BIZÂNCIO, veja mais aqui.


quinta-feira, 24 de março de 2016

Novidade Ideia-Fixa :: "O Grande Chef Caseiro na Mão Delas"

Lançamento a 8 de Abril

Sebastião dos Santos percebe que está em maus lençóis quando o seu psiquiatra desata a rir no momento em que ele lhe confessa sofrer uma crise de masculinidade. "Não se preocupe, tenho o consultório cheio". A sua vida complica-se ainda mais quando três antigas namoradas entram na sala do tribunal a rebentarem pelas costuras. Acusam-no de ser um perigoso chef, um serial fattner, um engordador em série sem escrúpulos, e ainda um mulherengo empedernido. O desencantado e sempre apaixonado herói desta história vai revelando, página a página, de forma divertida, surpreendente e sensível, as fraquezas do chamado sexo forte.

Apresentação do Livro dia 8 de Abril em Lisboa

Uma novidade


Novidade Elsinore :: "Uma Rapariga É Uma Coisa Inacabada"

Lançamento a 28 de Março


Galardoado com diversos prémios e considerado logo como um clássico, Uma Rapariga É Uma Coisa Inacabada, um romance breve mas intenso, dá-nos o retrato nu do relacionamento de uma jovem com o seu irmão, e da longa sombra projetada, nas suas vidas, pelo tumor cerebral de que ele padece e pela família profundamente disfuncional em que vivem.
Narrado na primeira pessoa por esta rapariga sem nome, numa espécie de fluxo de consciência repleto de elipses e incoerências, que reflete o estado de quebra emocional da narradora, este é o romance de estreia de Eimear McBride, escritora irlandesa, considerada por muitos críticos a grande revelação de língua inglesa da última década. Ler este livro é mergulhar na mente da narradora, sentir a vida em bruto, tal como ela a atravessa. Nem sempre é uma experiência confortável - mas é decerto uma descoberta.

«Eu acho o teu rosto o melhor que há. Quando éramos nós éramos nós éramos novos. Quando eras pequenino e eu uma menina. Era uma vez. Vou lembrar-te lembra-te bem. Agora. Não nessa altura. E eu ajoelho-me sobre a tua cama tranquila. Beijo a tua cara. Saio do quarto. Eu vou. Dormir. Tal como tu.»

Uma Rapariga É uma Coisa Inacabada venceu diversos prémios: Baileys Women's Prize for Fiction, Goldsmiths Prize,
Kerry Group Irish Novel of the Year Award Desmond Elliott Prize e Geoffrey Faber Memorial Prize.

Uma novidade

quarta-feira, 23 de março de 2016

Opinião "O Discípulo" - 2º Volume da série Sebastian Bergman

Um verão escaldante, um assassino brutal, vítimas sem uma ligação aparente e uma viagem ao passado repleta de culpa e arrependimento.
Quem é o responsáve?
Quem é o Discípulo?


Depois do brutal começo da série com "Segredos Obscuros" regressamos ao dia a dia de Sebastian Bergman e da Riksmord com um cenário inimaginável, o retorno a casa de um marido que encontra a sua mulher morta na própria cama e da maneira mais chocante possível.
Esta não é a primeira vítima a morrer sob condições peculiarmente adversas no verão escaldante que assola a cidade de Estocolmo. Ainda fora dos holofotes dos media, a Riksmord segue o rasto de um assassino que perpetua o trabalho de um conhecido serial killer dos anos 90 até ao mais ínfimo pormenor mas para a equipa especializada da Polícia Sueca o grande e inconfundível detalhe é que o assassino original, Edward Hinde está bem preso atrás das grades. E pior que o original, é quem o tenta imitar.

Somos levados ao longo de 670 páginas de um carrossel de manipulação, selvajaria, incompetência, segredos do passado e maquinações do futuro.
Uma coisa que me captivou bastante, além das tiradas mordazes de Sebastian e a possibilidade de voltar a rever a equipa da Riksmord, foi a maneira como fomos entrando na visão de vários intervenientes da história, do assassino à vitima, do investigador ao investigado.
O facto de estarmos na cabeça, quer da vitima, quer do assassino, é simplesmente arrepiante. 
E é desse modo que vamos virando página atrás de página no desenvolvimento deste horrendo caso, que como verificamos em "Segredos Obscuros", se cruza com a linha da história pessoal de Sebastian.
Sabem que eu não dou detalhes, isso é tirar o saborzinho da leitura em primeira mão mas garanto-vos uma coisa, vão viciar tanto ou ainda mais neste como aconteceu com o primeiro.

É uma maratona com um sprint final que nos deixa sem fôlego e sem hipótese de parar tal é a loucura para chegar ao fim, à conclusão deste caso que nos tem vindo a arrastar ao longo do livro. 
Se em "Segredos Obscuros" chegamos ao fim a pedir mais, em "O Discípulo" os últimos momentos fazem-nos antever que muito drama virá no terceiro livro da série. Por vezes a determinação de uns, será o fim de outros.
Mal posso esperar por voltar a integrar as investigações da Riksmord e por acompanhar o feitio especial de Sebastian.


Opinião Segredos Obscuros . ElsaR e EfeitoCris

Passatempo LIDEL :: "O Meu Primeiro Prontuário Ortográfico"

Um livro para miúdos e graúdos que não deve faltar na sua estante.

BOA SORTE! 

Passatempo termina a 1/04/2016

Para se habilitar ao passatempo, preencha o formulário abaixo e siga as regras dos nossos passatempos:

ATENÇÃO - REGRAS:
- O preenchimento do formulário é obrigatório para se habilitar ao passatempo.
- Podem participar todos os dias, basta voltar a preencher o formulário.
- Só serão apuradas participações de fãs e/ou seguidores.
- Ser fã e seguidor, duplica as hipóteses de ganhar.
- Aceitamos participações de residentes em Portugal.
- Sorteamos os prémios no random.org entre todos as participações.
- O prémio será enviado pela Editora.




Um passatempo com o apoio

Novidade LIDEL :: "O Meu Primeiro Prontuário Ortográfico"


LIDEL ajuda crianças e jovens a aprofundarem os seus conhecimentos de português com  “O Meu Primeiro Prontuário Ortográfico”
O primeiro prontuário ortográfico verdadeiramente dirigido a crianças e adolescentes em idade escolar!

A Lidel apresenta o seu novo livro “O Meu Primeiro Prontuário Ortográfico” da autoria de Matilde Bettencourt, Sérgio Guimarães de Sousa e de José Manuel da Costa Esteves. Um livro que irá permitir aos alunos, dos sete aos 15 anos, melhorarem a sua expressão oral e escrita. 

Um livro deste género é essencial e imprescindível em qualquer altura da vida, tendo especial relevância na fase em que os estudantes aprendem e aprofundam formas corretas de se exprimirem em português.
Neste livro, os autores demostraram uma preocupação evidente em adequar a exposição dos diferentes conteúdos gramaticais e ortográficos ao público infanto-juvenil, fornecendo explicações de fácil entendimento, com uma linguagem, sempre que possível, interpelativa e com exemplos facilmente assimiláveis pelos mais novos. 
Clareza e simplicidade foram as palavras de ordem na elaboração desta obra, sem que se abdicasse, como não poderia deixar de ser, do rigor científico.

Este prontuário ortográfico diferencia-se, em relação aos existentes no mercado, pelo facto de estar adaptado aos mais novos, podendo ser usado sem dificuldade, de um modo rápido e eficaz. Trata-se, por isso, de um excelente livro de apoio através do qual qualquer criança e adolescente encontrará a solução para erros e problemas de linguagem, de um modo muito prático, podendo melhorar consistentemente a sua expressão oral e escrita.
  • Principais regras de acentuação gráfica; 
  • Conjunto de verbos com preposições e tempos verbais; 
  • Regras de concordância verbal; 
  • Análise das relações entre palavras;

Uma novidade
Mais informações aqui

Novidade Clube do Autor :: "Numa Floresta Muito Escura"

A metade colorida anda a organizar uma despedida de solteira....
hmmm ideias!!! :)

Data de lançamento 5 de Abril


Sinopse
«Não vai largar o livro até chegar à última página. A atmosfera densa e as revelações surpreendentes vão deixá-lo sem fôlego.»
Entertainment Weekly

Uma mulher solitária recebe um convite inesperado para a despedida de solteira de uma amiga que não via há muito tempo. Relutantemente, ela aceita participar na reunião de amigas, algures numa casa isolada na floresta.
Quarenta e oito horas depois, Nora acorda numa cama do hospital. Está ferida mas não se recorda exatamente do que se passou. Sabe, no entanto, que alguém morreu. O que fiz eu?, pergunta-se ela, consciente de que algo muito grave aconteceu naquela casa na floresta escura, muito escura…

Uma novidade
Mais informações no site Leya

Novidade LIDEL :: "Expressões Idiomáticas Ilustradas"

Quem no seu dia a dia não usa expressões idiomáticas? Quase toda a gente. Mas será que sabemos a sua origem e o seu significado?
Será que as conseguimos explicar às nossas crianças?

As expressões idiomáticas são formas de expressão próprias de uma língua que refletem a sua riqueza, pois é através delas que se transmitem referências culturais de determinada comunidade linguística.


Através das frases feitas, um nativo consegue expressar uma certa realidade de forma natural e inconsciente. O mesmo já não acontece com um estudante de uma língua estrangeira, para quem a apropriação deste tipo de expressões e correta utilização poderão revelar-se tarefa árdua, em particular para os que estão a dar os primeiros passos. Esta dificuldade reside, essencialmente, no facto de estas formas de expressão não poderem ser traduzidas de forma literal para outro idioma, pois o conjunto de palavras que as constituem forma uma unidade de sentido cujos elementos são indissociáveis.

Deste modo, a aprendizagem das expressões idiomáticas reveste-se de particular importância para os estudantes de uma língua estrangeira, pois é através da sua assimilação e utilização que estes revelam a sua proficiência linguística.

Com o objetivo de facilitar essa tarefa, reuniram-se, neste livro, 250 expressões idiomáticas, organizadas alfabeticamente, de modo a facilitar a sua localização. Para além da explicação clara e simples e do exemplo que permite observar o funcionamento destas frases em contexto real, todas elas são acompanhadas de uma ilustração humorística, que reproduz o significado literal da frase. Apresentou-se também a origem de algumas expressões, sempre que a mesma é conhecida, na tentativa de satisfazer o desejo dos que pretendem compreender como surgiram estas frases na nossa língua.

Finalmente, incluíram-se outras expressões que podem ser usadas em contextos similares, ampliando-se assim o leque de frases à disposição do utilizador deste livro. Desta seleção constam as expressões mais conhecidas e usadas pela população portuguesa e órgãos de comunicação social em geral, mas também expressões regionais (Minho, Trás-os-Montes, Coimbra, Beiras, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores) e de alguns países que compõem a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), nomeadamente Angola e Brasil, numa tentativa de dar voz a toda a diversidade cultural do mundo lusófono.

Uma novidade
Mais informações aqui

segunda-feira, 21 de março de 2016

IMPUNIDADE de H. G. Cancela :: Opinião


Em «Impunidade», Cancela redesenhou o conceito de esplendor, retirou-lhe o brilho e a glória das coisas belas, mas carregou-o de obsceno e amoral, construindo um romance que esmaga e domina o leitor, deslumbrando-o.
Estrategicamente, o narrador traça um plano de expiação com o leitor envolvendo-o no relato despudorado e numa trama forte e sufocante, carregada de episódios sujos, violentos, amorais, numa espiral destrutiva, para a qual o leitor se sente puxado, mas igualmente enjoado e enojado por pertencer.

"O nós, ali, a primeira pessoa do plural, mal permitia ultrapassar a contradição dos termos perante o que enunciava. A constatação de uma solidão anterior a qualquer imagem da pertença ou do afecto. Porto de partida, ponto de chegada."

Errático, um homem, pai, irmão, pecador, narrador, portador do mal... entra em cena em busca de duas crianças, totalmente vítimas de abandono, deixadas num sufocante apartamento na já quente Sevilha, aos parcos cuidados de uma inconstante empregada, com um filho, Amir, que reúnem em si, flagelos sociais que entrarão em colisão com os flagelos destas estranhas relações familiares.
Errática também, melancólica, destruída, uma mulher, mãe, irmã e o objecto de desejo, é em si mesma a personificação do abandono, da dúvida, talvez da culpa, talvez da sumptuosidade.

"Aquilo éramos nós, sem espaço para dúvidas. Cada um sozinho diante do outro como se permanecesse imóvel perante si mesmo. Não no reflexo de um espelho, susceptível de produzir um mínimo de identidade (...) continuava a ser eu. Continuava a ser ela (...) Com a extensão da posse e da privação, distinta na carne, no género, na vontade."

Desde cedo se anunciam tragédias perante este elenco que nos fazem questionar se a violência pode aqui assumir o papel de personagem central, bem como se questiona se existe total ausência de amor e para que plano é remetida a culpa, a consciência e claro, a impunidade.

"Branca, pequena, a pele amarfanhada, dir-se-ia a personificação da culpa. Uma forma de culpa. Aquela que reverte não sobre a causa, mas sobre a consequência, atribuindo à vítima aquilo que o agente rejeitou para si mesmo. E ela própria recusando-se a aceitar, ou vendo-lhe negada, a língua com a qual talvez conseguisse acusar aqueles que a condenavam."

A insuportável destruição que os personagens causam ganha uma aura de introspeção com determinados parágrafos mais filosóficos, tentando um olhar que contorne a patologia aqui relatada. Mas "não há nada para dizer", a impunidade repete-se e pauta até ao fim este jogo de sobrevivência, num crescendo de violência como forma de camuflar a culpa.
É o desejo e a obsessão, o relato da obscenidade do corpo proibido do outro e o conflito constante, latente nas descrições pulsantes e duras no quão gráficas conseguem ser, trazendo até ao leitor um constante peso e um certo pulsar de nojo pelas personagens. Até mesmo quando da evocação do passado como causa do abandono e do terror em que a história se desenrola, continuamos a sentir censura e repulsa pelo irredutível do desfecho que simboliza a total desumanização de todas as personagens.

"Eu suponha conhecer o preço. Humilhação e abandono. Voltei-me para trás. Ele poderia morrer, eu poderia matá-lo, apagá-lo do mundo e da memória, mas ele continuaria a ter existido. Era essa existência que, desprovida de peso e de densidade, se transformava agora no estado definitivo."

É estranha a beleza que este romance encerra pois apesar de toda a violência e profanação, exerce enorme poder sobre o leitor, não lhe permitindo qualquer indiferença perante o individualismo desta impunidade, mas causando-lhe uma certa inércia, adormecendo-lhe a consciência, pois só assim partilhará o conforto da fuga juntamente com os personagens.

"(...) Talvez precisasse de espectadores, mas prescindia de aplausos."

*
Um livro RELÓGIO D'ÁGUA

Já nas livrarias «Regresso a Mandalay», de Rosanna Ley, Porto Editora

JÁ À VENDA

Sinopse:
Eva Gatsby interrogou-se inúmeras vezes sobre o passado do avô, Lawrence Fox, e o que teria exatamente acontecido na Birmânia, quando ele ainda jovem ali viveu. Eva dedica-se à restauração de antiguidades e os patrões propõem-lhe uma viagem de trabalho àquele país – sobre o qual o avô desde sempre lhe contara histórias fascinantes. É então que Lawrence decide quebrar o silêncio e finalmente falar-lhe do grande amor da sua vida, Maya, a mulher que nunca esqueceu. Numa tentativa de sarar as feridas do passado, confia a Eva uma missão que se revelará de contornos imprevisíveis. Eva inicia, assim, uma jornada que irá reconstruir o mosaico da história da família e que em simultâneo a obrigará a confrontar-se com sua capacidade de voltar a acreditar no amor.

Uma novidade

Mais informações AQUI

domingo, 20 de março de 2016

«O rio do esquecimento» de Isabel Rio Novo - Opinião


"Todo o retrato que não toque a perfeição, a ponto de se representar diante dos olhos em tão fundo e alto-relevo que afigure um ente de carne e osso, que se vê, que se escuta, que se apalpa, todo o retrato que não toque a perfeição será, digo eu, vão e inútil. E conviria que a descrição fosse fiel e minuciosa..."

Diria que Isabel Rio Novo impôs a si própria esta premissa e criou um romance fiel e minucioso, que transporta o leitor para o século XIX, num Porto desconhecido, mas fabulosamente descrito que dá toda uma consistência ímpar ao seu romance, embrulhando em densas teias amores e desamores que corrompem os pensamentos, a moral e os costumes, minando as vidas destas personagens que se cruzam como as águas de um rio que não acha o sossego.

"O amor tem sempre o que quer que seja de crime; ou uma pessoa ama como quem se perde, ou não sente realmente o amor."

É sem dúvida o amor que pauta este belo romance, mas é a forma como a autora encontrou para o contar que deixará o leitor perplexo e encantado. Se desconfiarmos das longas frases, das descrições que transbordam de parágrafo em parágrafo ou dos detalhes que se demoram no caracterizar das personagens e dos pensamentos que as afrontam, ou então dos silêncios e acções mais misteriosas, cedo descobrimos que tudo faz parte da estratégia de Rio Novo em brindar o leitor com a exigência que a sua ficção requer e assim atentarmos melhor ao real.

"Há coisas que, ainda que contadas de modos diversos, desfigurados ou até inventados, são verdade, verdade absoluta. (...) Então, para quê contá-las, para quê escrevê-las, perguntar-se-á. Para quê?
Para que se preste ao fictício a atenção que não se prestou ao real."

À medida que avançamos na narrativa, vamos desmitificando as acções de cada personagem e deixamos que se desfigurem pelo bizarro das suas revelações, acreditando que todos procuraram o tal rio do esquecimento, pois talvez assim encontrem a redenção e a paz que não atingiram nas vidas tumultuosas que levaram. 


Nota extra: Por ir procurar melhor a mitologia associada ao rio do esquecimento e ao rio novo da omnisciência, fiquei a conhecer a lenda do Rio Lima. Um obrigado à Isabel e a este seu belo livro. 

*
Uma edição DOM QUIXOTE, um livro finalista do Prémio Leya 2015.
Saiba mais aqui.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Passatempo "Ligação Explosiva - Hacker II"

Quem gostou de "Atracção Magnética" não vai querer perder o segundo volume, pois não?
Todos queremos saber o que se vai passar na história de Erica e Blake. Não percam a oportunidade de levar para casa um exemplar do segundo volume da série Hacker.


Passatempo termina a 25/03/2016

Para se habilitar ao passatempo, preencha o formulário abaixo e siga as regras dos nossos passatempos:

ATENÇÃO - REGRAS:
- O preenchimento do formulário é obrigatório para se habilitar ao passatempo.
- Podem participar todos os dias, basta voltar a preencher o formulário.
- Só serão apuradas participações de fãs e/ou seguidores.
- Ser fã e seguidor, duplica as hipóteses de ganhar.
- Aceitamos participações de residentes em Portugal.
- Sorteamos os prémios no random.org entre todos as participações.
- O prémio será enviado pela Editora.

Um passatempo com o apoio


quarta-feira, 16 de março de 2016

«Céu Nublado com boas abertas» de Nuno Costa Santos :: Opinião

É com um título meteorológico que chegamos até este primeiro romance de Nuno Costa Santos, ou do marginal ameno que gostava de imigrar para o seu país, Portugal. E em Portugal continuamos, mais propriamente num retorno à insularidade açoriana, relembrando-se a si e ao avô materno.

"(...) se tiver um descendente que se interesse pela escrita, peço-lhe para ir a São Miguel e trazer no regresso um conjunto de histórias do presente da ilha."

É então em busca desse presente e como neto que o autor recorda a vida, e um livro, escrito pelo avô, João Pereira Costa e volta ele mesmo a São Miguel cumprindo esse desejo expresso nos escritos que encontrou na casa dos avós maternos. Após o périplo açoriano, o próprio autor termina com o mesmo desejo e deixa-o expresso neste seu livro.

"É a minha vez de me expor, de contar histórias, de as cruzar comigo, o meu modo de ser, as minhas contradições e alterações de humor. De escrever um livro que um neto um dia encontrará e com o qual poderá tentar dialogar."

A presença da meteorologia passa do título para a prosa, na constante alteração de humor e na forma ágil como a narrativa flutua, tal como acontece com o tempo na ilha. Podemos dizer que os períodos de sol são as peripécias hilariantes que acontecem ao narrador consoante as amizades peculiares que vai fazendo. Revelando de forma amena e muito disfarçada um certo tom de critica social, já comum nos seus textos. Depois deparamo-nos com algumas nuvens, uma promessa de chuva fraca, que ameaça arruinar o nosso dia, quando nos são revelados detalhes da doença do avô, mas rapidamente uns novos raios de sol fazem as tais boas abertas, com uma segunda voz narrativa, ouvindo uma prosa de outra época, de outro livro que completa e dá continuidade a este.

Eu diria até que este envolvimento atribulado, com um lado familiar, um outro cultural, uma pitada de surreal, dois livros dentro de um e ainda um roteiro de quem viaja nas memórias e na ilha, traz um lado um tanto esquizofrénico ao relato e só assim pode ser encarado, para se apreciar a divagação que aqui se lê.

"Trago um perfume de memória no pensamento, mas não é definido - é uma coisa em forma de assim, como dizia Alexandre O'Neill. Se tivesse um cigarro fumá-lo-ia. Talvez o fumo por cima da minha cabeça me ajudasse a perceber esta passagem abstracta do tempo. (...) Um desassossego de poltrona - a imaginação de um ilhéu entre a insónia e a vigília."

Em forma de assim, vigilante mas desassossegado, o homem que parte em busca de algo na volta à sua ilha, vê-se enredado num absurdo... bem num absurdo não, que absurdo neste livro é outra coisa... o autor, narrador, personagem, vê-se perdido entre sentimentos aflitos, que buscam apaziguamento e decisão, no entanto, o céu está nublado e a dualidade habitará sempre, arrisco-me a dizer, o Homem que busca o sentido da vida.


Uma edição QUETZAL

sábado, 12 de março de 2016

Novidade Topseller :: "Regressar"


Quem nunca sonhou poder recomeçar a sua vida?

Emma Tupper é uma jovem advogada, prestes a alcançar o sonho de se tornar sócia da sociedade de advogados onde trabalha. Após a morte da mãe, Emma decide desfrutar de uma prenda que esta lhe deixara: uma viagem a África. Mas o que era para ser um mês de férias depressa se transforma em seis meses de ausência forçada, quando Emma adoece e um terrível terramoto a deixa retida e sem contacto com o exterior.

Para sua surpresa, quando finalmente regressa a casa, Emma constata que a família e os amigos acreditavam que estava... morta. E que a sua antiga vida desaparecera: o apartamento onde vivia acabara de ser alugado a um novo inquilino, o misterioso fotógrafo Dominic; na empresa, a sua rival Sophie apossara-se não só dos seus clientes e da sua sala, mas também do seu namorado, Craig.
Enquanto tenta resolver o caos em que se transformou a sua vida, Emma questiona-se: Seria feliz antes da viagem a África? Teria valido a pena sacrificar-se tanto em nome do trabalho? Amaria Craig de verdade? Quereria mesmo aquela vida de volta?
Romântico e espirituoso, Regressar revela a envolvente trama de uma mulher à procura de si mesma.

Uma novidade

http://efeitodoslivros.blogspot.pt/2014/09/opiniao-em-segredo.html

sexta-feira, 11 de março de 2016

Opinião "A vida é fácil, Não te preocupes"

"Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes
e calma."

de Sophia de Mello Breyner Andresen


A vida é um livro repleto de capítulos, uns mais negros ou mais longos que outros mas todos com características comuns. Nenhum capítulo pode ser apagado e todos servem de lição. A questão é saber que conclusão tiramos com os capítulos que preenchem as páginas do nosso livro.
O de Diane, depois de ter atingido toda a escala de cinzentos que existe em "As Pessoas felizes lêem e bebem café", chega a pouco e pouco, aos momentos mais felizes e que auguram um futuro melhor.
Não fosse o título algo como "A vida é fácil"!
E a vida é fácil, isto se a descomplicarmos onde nos é dada capacidade para isso.

Quando comecei a ler este "A vida é fácil, não te preocupes" estava completamente perdida já que a minha cabeça de tartaruga se recusava em tirar da caixa a história de Diane. Tive de recorrer à opinião do primeiro livro para que as memórias sobre a leitura voltassem de enxurrada para me ajudar a compreender e apreciar este segundo "capítulo" da história de Diane.

"A vida é fácil" é o renascer da fénix, na sua terra Natal, no seu Pessoas Felizes que tantas memórias contém. A Irlanda e os que lá ficaram está a meses e muitos pensamentos de distância mas uma inevitabilidade da vida recorda-a que nem a distância nos separa daqueles que amamos e estimamos.
Mas a alma de Diane divide-se cada vez mais. Entre o novo amor e o velho, entre a lealdade com o Pessoas Felizes e as oportunidades que repousam à beira mar, entre incapacidade de estar junto de crianças e a aproximação repentina de uma miniatura de gente. Mas a vida é feita de escolhas e Diane tem de fazer as suas.
Uma vez refeita e feliz, que impacto tem o regresso de Edward e companhia à vida de Diane?
Haverá maneira de viver com todas as cicatrizes que Diane tem desde que perdeu a sua família?
Será capaz de abrir um novo capítulo quando ainda só vai a meio do anterior?


Sem dúvida belo e cativante, "A vida é fácil" é uma ode às segundas oportunidades, muitas que surgem em simultâneo, basta para isso que sejamos corajosos para as aceitar ou lutar por elas.

E o final, assim como no primeiro, pode ser entendido de várias maneiras, não no seu todo mas num detalhe muito importante, o que o tempo sara e ajuda a lidar com as marcas que nos tornam nas pessoas que somos hoje e continuaremos a ser amanhã.

Agnès escreve muitíssimo bem e com pesar que me despeço de Diane e companhia.
Mas já se falava no filme, quem sabe esteja para breve.

Relembramos a entrevista realizada à autora na sua visita a Lisboa para apresentar o primeiro livro e deixamos ficar música.

Boas leituras! :)

Novidade Topseller "A Loucura do Lorde Ian Mackenzie"


A maioria das mulheres prestaria atenção aos avisos.
Beth decidiu ignorá-los…
Por toda a sociedade londrina correm rumores de que Lorde Ian Mackenzie é louco, que terá passado a sua juventude num asilo, e que não é de confiança, especialmente com senhoras.
Beth é uma jovem viúva, herdeira de uma fortuna, que está outra vez noiva e que deseja voltar a ser tão feliz quanto foi com o primeiro marido. Quando é apresentada a Lorde Ian Mackenzie, este apaixona-se imediatamente e não tem dúvidas de que a quer para si. Procura, então, convencê-la a deixar o noivo e a casar-se consigo.
Beth acaba por se deixar seduzir e decide fazer tudo para ajudar Lorde Ian a superar o sofrimento que carrega, devido a um passado tormentoso.
A partir de então, só uma coisa faz sentido na vida de Beth… a loucura de Lorde Ian Mackenzie

Uma novidade

quarta-feira, 9 de março de 2016

Novidade Porto Editora :: "Regresso a Mandalay"

Regresso a Mandalay, de Rosanna Ley, transporta o leitor para uma Birmânia de paisagens e aromas inesquecíveis.


De tempos a tempos, surgem nas livrarias romances extraordinários, histórias capazes de oferecer momentos de evasão e de leitura compulsiva. Regresso a Mandalay, da inglesa Rosanna Ley, é um desses livros. A história transporta quem lê para as belíssimas paisagens da Birmânia, um cenário de cores e aromas perfeito para uma emocionante história de amor. Chega às livrarias a 17 de março.

Rosanna Ley, já publicada em 15 países, tem quatro outros romances, cujas histórias localizou em Itália, Espanha, Marrocos e Cuba. Em Regresso a Mandalay, a ação decorre na segunda maior cidade de Myanmar, antiga Birmânia, e o enredo é absorvente: tem emoção, intriga, drama e aventuras amorosas. Os aromas e as cores surgem a cada página. O jornal britânico The Sun destaca isso mesmo na recensão da obra: «uma escrita tão sugestiva que transporta o leitor para um lugar longínquo, numa história deslumbrante».

Sinopse:
Eva Gatsby interrogou-se inúmeras vezes sobre o passado do avô, Lawrence Fox, e o que teria exatamente acontecido na Birmânia, quando ele ainda jovem ali viveu. Eva dedica-se à restauração de antiguidades e os patrões propõem-lhe uma viagem de trabalho àquele país – sobre o qual o avô desde sempre lhe contara histórias fascinantes. É então que Lawrence decide quebrar o silêncio e finalmente falar-lhe do grande amor da sua vida, Maya, a mulher que nunca esqueceu. Numa tentativa de sarar as feridas do passado, confia a Eva uma missão que se revelará de contornos imprevisíveis. Eva inicia, assim, uma jornada que irá reconstruir o mosaico da história da família e que em simultâneo a obrigará a confrontar-se com sua capacidade de voltar a acreditar no amor.

Uma novidade

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Novidade Topseller " Não é tarde para amar" de Monica Murphy

Aqui a metade colorida ficou no segundo livro, por isso, não pode ler a sinopse deste sem sofrer com os malfadados spoilers!! Quem tem acompanhado a história de Fable e Drew?


Sem rumo. Isso resume tudo na minha vida. Suspenso da minha equipa de futebol da faculdade e forçado a diminuir o número de horas que trabalho num bar por causa das minhas más notas, não posso continuar a correr para o colo da minha irmã, Fable, e do seu marido, Drew, à procura de ajuda. Parece que não consigo encontrar o meu próprio caminho. Droga e sexo são tentações irresistíveis. Um tutor é a última coisa que eu quero agora, até vê-la.
Chelsea não é de todo o meu tipo. Ela é inteligente e muito tímida. Eu tenho certeza que ela é ainda uma virgem. Mas quando ela me olha de alto a baixo com aqueles penetrantes olhos azuis, eu fico completamente perdido. Mas de uma maneira diferente. Eu não vou negar que o corpo dela é de morrer, mas é a sua cabeça e o modo como ela parece desejar o amor - como se nunca tivesse sido amada - que me faz deseja-la mais do que a qualquer rapariga já conheci. Mas o que é que alguém aparentemente tão composta como ela pode ver num tipo sem rumo como eu?

Uma novidade

Relembramos a opinião aos primeiros dois livros da série de Monica Murphy

Opinião :: "Uma semana para te amar"

Opinião :: "Vou amar-te para sempre"

Novidade Bizâncio :: "Aïcha - A Bem-Amada de Maomé"

Com data de lançamento a 14 de Março, o terceiro volume da série As Mulheres do Islão, conta a história de Aïcha.


«Chamo-me Aïcha bint Abi Bakr.
Há cerca de sessenta anos que me chamam Aïcha, Mãe dos Crentes. Sei que Allah, o Clemente e Misericordioso, não tardará a julgar a minha vida.
Quis que ela fosse longa, bela e terrível.
Quis que a minha memória fosse incomparável, a fim de a pôr ao serviço da Sua vontade e do Seu Enviado»
«Aïcha» encerra a trilogia «As Mulheres do Islão».
Este último volume mostra o aparecimento de um Islão conquistador, que afastou as mulheres, apesar da oposição de Muhammad e que conduziu à divisão entre sunitas e xiitas, que ainda hoje ensanguenta o mundo árabe e o Ocidente.

Uma novidade


Outros livros da série Mulheres do Islão