quarta-feira, 21 de junho de 2017

Opinião "O Milésimo Andar"

Quando mais alto subimos maior tende a ser a queda.
Num mundo que vive nos píncaros da sua evolução tecnológica, que variável senão a humana, para arruinar e descontrolar tudo?


Em "O Milésimo Andar" conhecemos a Torre, a personagem silenciosa e imponente que sem querer acaba por segmentar a nossas personagens e o seu mundo.
Um monstro de ferro numa Nova Iorque que só mantém riqueza e prestígio na vertical, a Torre alberga a nata da sociedade e todas as abelhas operárias necessárias para a colocar a funcionar.
Separados por centenas de andares, com discrepâncias sociais marcadas, o mundo destes personagens acaba por se interligar de uma maneira que só pode acabar em tragédia.
Quando toda a gente caminha perigosamente perto do precipício, quem será que cai primeiro? Quem sempre viveu lá no alto ou quem ousa subir acima das suas capacidades? 

No topo, no 1000º andar vive a Queen B(ee) desta historia. Avery Fuller é perfeita, assim determinada pela cuidada selecção da piscina de genes familiares mas está longe de se sentir assim, não fossem os seus pensamentos os mais imperfeitos e incorrectos de sempre.
Ao seu lado, sempre fiel e amiga está Eris. Confortável com a sua vida de socialite, Eris sente a Torre abanar e cuspi-la para os andares mais baixos quando um segredo de família a afasta do mundo que sempre conheceu e que agora não a reconhece.
Mais abaixo, em eterna desvantagem pela sua secreta inveja e falta de auto confiança está Leda, que tem tudo para ser tudo mas mesmo assim não lhe chega. E quando deixa o namorado e companheiro de "mocas" Cord, é no irmão de Avery, Atlas, que conscientemente (alterada) encontra a solução para os seus problemas.
Muito mais a baixo, socialmente e na Torre, encontram-se provavelmente as minhas personagens preferidas, Rylin, Watt e Nádia.
Rylin é uma lutadora. Trabalhadora do antigo metro, órfã e cuidadora da irmã, vê no trabalho doméstico em casa do riquinho Cord a única solução para fazer frente às despesas, até que um acordo de negócios se torna em algo mais, algo que não deveria acontecer no seu mundo e que o coloca de pernas para o ar.
E Watt é o génio que ilegalmente criou um chip ao qual chamou Nádia e que o ajuda em tudo, desde simples engates em bares até hacks a entidades oficias. Mas quando sem querer o seu mundo se embrulha com o dos pisos superiores, Watt percebe que há momentos que as máquinas não conseguem ultrapassar e compreender a complexidade humana.

"O Milésimo Andar" tem duas mãos cheias de personagens que demoramos um pouco a reconhecer, uma história que nos leva a tentar descobrir "quem?" ao longo e toda a narrativa e toda a as características para ser uma série digna de ser seguida se andasse a passar na TV mas como comentei com uma das nossas seguidoras, gostei mas não amei. Parece que é muita coisa para um livro só. Sim, sim, sei que é uma série e que continua :)
No entanto, o acontecimento que nos deixa em suspenso no início e cuja resposta nos deixa meio surpreendidos no fim, é mais do que razão para querermos saber o que acontece no próximo volume.
Conseguirá a Torre sobreviver como a conhecemos ou o mundo destas personagens ir todo desmoronar?


Uma novidade

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