terça-feira, 5 de março de 2013

Cartas que falam de Bullying - Opinião

Cartas que falam de Bruno Araújo pela Chiado Editora



Quando o autor divulgou a sua obra, o seu livro, a sua vida diante do nosso blogue ocorreu-me um post que havia feito fazia já algum tempo no meu anterior blogue, no entanto, o bullying não é uma notícia gasta ou uma coisa de modas.


Entretanto, em conversa com o autor, disse-lhe que gostava de fazer esta crítica como uma carta, tal como ele mesmo escreve o seu livro.

Por isso em jeito de carta:

2013/03/05

Caro Bruno, parabéns pelo testemunho.

Uma ideia diferente, eu diria quase irreverente de expor e trazer às luz as tuas vivências, os teus medos, angústias e revoltas.

"Pai - Olha, não sou eu que ando em psicólogos, nem em psiquiatras.
Mãe - Olha, os outros vão, para que tu não tenhas que ir!"

Poderá esta troca de ideias representar muito do que por vezes se passa entre as famílias?
Será que por vezes estar em família é saber e ter que ceder às necessidades e exigências dos outros?

O bullying, a meu ver, passa-se nos mais diversos sítios, na escola, em casa, entre familiares, entre casais, no emprego... basta existir que queira agredir para que estas situações ocorram. A verdade é que do outro lado, quem é agredido, física ou verbalmente, nem sempre está preparado para se defender.

Claro que as situações em casa e na escola serão as mais tóxicas, sim sem dúvida que estou de acordo contigo. Quem mais nos devia proteger e quem era suposto serem os nossos primeiros amigos, são eles que toldam e minam o nosso pensamento, confiança e auto estima.

"Acumulei vitórias pessoais, mas continuou com um deficit emocional."
Não será que todos temos - tanto as vitórias como os deficits?

Ainda assim, julgo que é preciso ter atenção a este tipo de situações e evitar que danos maiores aconteçam. Tanto por experiência ou como mera observadora, sei e creio que
todos sabem - as crianças podem e são cruéis, muitas das vezes porque a vida à volta delas também é cruel, no entanto, para mim, isso não poderá ser sempre justificativo - os outros não a têm a culpa!
A desculpa da vida dura não pode ser o motivo para endurecer e brutalizar a vida alheia!

É um fenómeno difícil, não é nenhuma modernice, acontece desde sempre, acontece na escola, no emprego, num grupo de (supostos) amigos, no casamento, nas famílias... tem e podem chamar-lhe o que quiserem... é violência... física e/ou psicológica... é o bullying a tomar conta de uma sociedade que se diz mais moderna, evoluída, igualitária.

A vitória de traumatizar o outro, minando a sua auto-estima, as suas ideias, as suas certezas, é uma batalha que se ganha pelo cansaço, pela destruição do outro.
Numa altura em que as crianças e jovens deveriam estar a formar a sua personalidade e a tomar decisões importantes e além do mais a divertirem-se e a aproveitarem o tempo na escola, são apenas peões da pior parte, a humilhação, o desespero, o nervosismo... a incerteza de mais um dia.

Restaurar posteriormente a auto-confiança e a confiança nos demais, vai ser uma tarefa árdua! Quem sabe são livros como os teus que abrem o caminho para que diversas conversas entre famílias se façam ou debates nas escolas... ou o simples passa a palavra e partilha de um livro.


e para terminar deixo um vídeo


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