terça-feira, 29 de outubro de 2013

Nem mais!!!



É verdade, hoje é o dia da mana mais nova festejar mais um Outono ;)

A metade colorida deste blogue está de PARABÉNS.

*

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PASSATEMPO - Miminhos - 3500 fãs Facebook - PARTICIPE!

Se quiserem ficar habilitados a ganhar esta capa protectora, aproveitem, basta seguirem o LINK
 e participarem via facebook.



E assim se festejam 3500 fãs Facebook!
BOA SORTE A TODOS



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Predadores da Noite :: A Série que me tornou uma leitora

 (amostra da prateleira....falta aqui os últimos, estão emprestados!) 

Quando alguém entra na minha sala e pergunta que livros são aqueles todos bem arrumadinhos na prateleira central, eu nem sei por onde começar. Como explicar a alguém a minha ligação com o mundo Dark Hunter de Sherrilyn Kenyon?
Este "romance" nasceu em Janeiro de 2010 quando um "Amante de Sonho" entrou na minha vida e a partir dai tudo foi diferente.
Eu nunca fui grande leitora, uphs, é verdade. Na escola sempre senti que era uma grande obrigação e embora sempre tenha lido, não o fazia com regularidade. Um livro aqui, um livro ali mas nada de mais. Lembro-me que não tinha mais que 15 ou 20 livros na estante, até ter entrado no mundo dos Dark Hunter ou Predadores da Noite, como são conhecidos do público português.

Não me recordo exactamente como o 1º livro me veio parar às mãos mas sei que quando o comecei a ler, percebi que tinha encontrado a peça que faltava, o tipo de livro que me ia prender e tornar na leitora que sou hoje, ávida por mais uma página, mais um capítulo e mais um livro.
Esse livro acompanhou uma viagem de comboio ao Porto e todos os outros seguiram o mesmo caminho. Nunca mais tive problemas em andar de transportes públicos, qual música qual quê, esta saga fez-me esquecer o sítio onde estava, quer fosse uma carruagem cheia em hora de ponta ou uma sala de espera do centro de saúde. Cheguei a distrair-me de tal modo nas viagens de metro diárias que saia duas estações depois daquela em que era a minha (nota: isto aconteceu pelo menos 4 a 5x)
Lembro-me que assim que terminei o "Amante de Sonho" tive de continuar a ler e adquiri o segundo (O Prazer da Noite) em promoção com o "Recife" de Nora Roberts, que ofereci de prenda a uma amiga. Já o terceiro, "O Abraço da Noite" foi ganho num passatempo quando já andava a ler a versão em inglês. Para ser sincera, foi aí que começou a loucura. Dei por mim sem paciência para esperar o tempo necessário entre a publicação de dois livros e comecei a comprar a versão paperback original.
Sei que um dia abri o Bookdepository e coloquei todos os livros até à data editados no cesto e a quantia rondava os 89 euros. Lembro-me de pensar que era um balúrdio (inocente!). Honestamente não sei quanto me custou aquela prateleira mas hoje tenho todos os livros editados na versão original. Avancei de tal modo na série que me esqueci do ritmo a que estavam a ser publicados cá e o facto de ter os primeiros três livros na edição portuguesa.
Só no primeiro ano (2010) devorei 16 livros e embora tivesse amigos que torciam o nariz cada vez que resumia a série a "mitologia, sexo e sobrenatural" (desculpem, mas era o que me saia na altura), houve muitos outros amigos (ou melhor, amigas!) que se tornaram fãs e que se deixaram enredar no mundo Dark Hunter através da minha sugestão e consequente empréstimo de livros.

Hoje olho para esta colecção e gosto de ver os vincos nas lombadas, as dezenas de cantos dobrados e as outras tantas frases e passagens sublinhadas:) É sinal que foram usados, lidos de uma ponta à outra e apreciados.
Até o Acheron que, numa noite de leitura e parvoice, ficou com uma pagina castanha quando o levei para a cama com um chocolate quente que acabou metade no livro e metade em cima de mim.
Ah memórias!

Desde que temos o Efeito dos Livros que penso escrever sobre Sherrilyn Kenyon e os seus Dark Hunters mas faltou-me sempre a inspiração. Na realidade, não tinha críticas para fazer aos livros, todos os que li estão guardados na memória mas não estão frescos. Neste momento, o último livro editado é o "À Luz da Meia Noite" e embora goste da história de Aidan e Leta, esta já não está fresca.
Por isso, comentários aos livros...não tenho, não individuais!
Só posso dizer
Para gostar é preciso cair no erro de ler o primeiro
a partir dai é um pequeno passo para a perdição 
de não conseguir deixar de ler. 

Nem sequer consigo nomear um preferido porque tenho uns 3 ou 4, sim incluindo o Acheron :)
Cada um que li era o meu preferido até começar a ler o seguinte. Então passava a ser esse. Hoje não me lembro de todas as histórias, de todos os nomes mas guardo um carinho especial pelo mundo criado pela autora e acompanho as novidades (editoriais e não só!!).
 
No ano passado celebrei esta paixão pela saga Dark Hunter quando fiz uma árvore de natal só com livros da Sherrilyn Kenyon e a foto foi divulgada no pagina da autora. Não imaginam a minha alegria!! :) A Dark Hunter Christimas
Não sei se alguma dia vou conseguir reler todos os livros mas sei que nunca me vou desfazer desta colecção. Serve para me recordar a boa companhia que foram ao longo dos anos e do facto que me tornei a leitora que sou hoje por os ter começado a ler.
Na minha estante, além dos livros todos em inglês, há lá pelo meio há um livro de Manga, o Dark Hunter Companion (o glossário) e ainda, o primeiro livro da saga do Nick, que provavelmente será editado pela Saída de Emergência num futuro próximo.

No entanto, porque raio te deu para falar nisto, perguntam vocês.

Porque mal posso esperar para encomendar o último.
É claro que esperava que a personagem escolhida fosse outra mas imaginem a minha surpresa quando vejo as críticas ao livro no goodreads.
Qualquer que seja a pessoa que segue esta série desde o primeiro livro tem as suas personagens preferidas e aquelas que acha que deviam ter direito a um livro. Eu nunca tinha pensado no Styxx mas aqui está ele e a sua história num livro que muitos seguidores já dizem ser melhor que o "Acheron"

Vamos lá encomendar para ler.
Quem é que é fã da série?
Seguem a edição portuguesa ou cederam à loucura e têm os livros na versão original?
Mais importante...
quem já leu o último livro, sobre a magnífica história do Styxx, o irmão gémeo do Acheron?

Já agora,
para quem tem andado distraído:
Um estúdio de TV comprou os direitos da série Dark Hunter e estão a preparar uma série. Eu nem sei o que pensar, andamos anos a imaginar personagens e tenho receio do que possa sair dali, especialmente para o Acheron.
Entrentanto, os direitos das Crónicas do Nick foram adquiridos por uma produtora e está a ser preparado um filme baseado no primeiro livro, "Infinity".
A autora está fortemente envolvida nas duas produções e o guião de "Infinity" foi escrito por si. Não desesperem, com a Sherrilyn por perto, as adaptações vão ser o mais fieis ao que lemos e ao que gostamos no mundo Dark Hunter.

Para mais informações, deixo-vos os locais que mantenho sempre debaixo de olho:
 Página da Sherrilyn Kennion no Facebook
Sanctuary - Site Oficial da Série Dark Hunter/Chronicles of Nick
Blog Predadores da Noite

Para quem ainda não conhece este mundo, deixo-vos a dica:
"Vão ali ao Site da Saída de Emergência e percam-se no mundo dos Predadores da Noite"

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"Depois de morrer aconteceram-me muitas coisas" de Ricardo Adolfo - Opinião



"E não havia maneira de me habituar a viver morto."

Será este o sentimento de quem emigra?
Existirá outra forma de imigrar, sem ser geograficamente?

"O título é uma referência ao processo de transformação pelo qual se passa quando saímos de uma realidade e temos de nos recriar noutra. Esse para mim é o morrer, porque a partir do momento em que desembarcas noutro sítio qualquer esquece quem eras, começa tudo do zero." Diz-nos o autor em entrevista ao Ipsilon

Partindo então destas duas imigrações, o autor conta-nos a história de Brito imigrante ilegal e da sua família mais chegada, a mulher e o filho. 
Eu não sei se quem já leu, identificou logo à partida que o imigrante Brito teria necessariamente de ser português imigrado algures nessa Europa. Apesar do nome ainda estive algum tempo a cruzar as referências com a maioria dos imigrantes de Leste que temos cá em Portugal. No entanto, logo me apercebi que a "ilha" seria então o Reino Unido e que Brito seria mesmo português. O que desde logo é brilhante o autor ser capaz de nos aproximar de outros imigrantes.

As características e os tiques de quem imigra, são para mim identificadas apenas com os que partem e voltam nas férias e com quem me cruzo no Verão. Face à imigração, conheço mais pelo que leio ou vejo nas notícias e claro, quando viajo e contacto com portugueses ou outros imigrantes e as semelhanças entre cá e lá (seja que país for) é bastante similar. Mas isto para dizer que os clichês marcadamente de imigrante estão bastante bem definidos e retratados nas personagens de Ricardo Adolfo, para além de tiques igualmente bem portugueses e que encontramos em qualquer lado. Dando isso um aspecto muito real a todo o enredo.

Enquanto o livro decorria eu só pensava no meu pai, que é quase um imigrante intermitente, a sua dificuldade com a maioria dos idiomas, nomeadamente o inglês e o atrofio que é quando precisa de ajuda, essencialmente com direcções, caminhos, moradas... e seja, na França, na Bélgica ou na Alemanha, é raro encontrar quem se importe em "perder" tempo em o ajudar. Daí que ele afirme que o GPS deva ser A invenção!
Em resultado, surge a desconfiança e a descrença, em geral, em toda a gente e por todos os motivos. É muito disso que se assiste neste "Depois de morrer aconteceram-me muitas coisas".

Sendo o próprio autor um imigrante é curioso que tenha escolhido retratar esta parcela de imigrantes, mais flagelados e com menos habilitações académicas, mas, ele mesmo o justifica:  "Há uma parte que é o cliché de puxarmos Portugal para nós, e depois há outra que é o facto de ganharmos uma perspectiva diferente sobre a nossa realidade. (...) Percebi que a vida aqui é bastante rica para quem quer escrever. Há contradições e tensões muito pequeninas que são fantásticas." 
Pequenas riquezas essas que preenchem o seu "Mizé", mas que se encontram também aqui com facilidade.
Riquezas de um povo, da terra e da sua ruralidade.

"Prometi-me levar o miúdo à terra um dia e ensinar-lhe a matar o porco, varejar azeitonas, encontrar o caminho para casa embriagado, (...) fugir à guarda, reconhecer o caminho das pedras no rio, (...) baldar-se à missa sem dar nas vistas, aliviar a caixa das esmolas..."

"Se não há testemunhas do nosso dia-a-dia, não há vida." É esse espaço morto que o autor nos quer revelar e fazer pensar. A dificuldade de tomar uma decisão e seguir em diante. Acho que é esse o cerne do livro, o peso das decisões, das nossas e das que os outros tomam e afectam a nossas, aliás isso será o viver em sociedade. Há toda uma história colectiva de uma Europa sem fronteiras que reserva, algures, um melhor espaço para todos. Se a Europa é para unir os povos, porque continuamos a ter estrangeiros e imigrantes!? A ideia do imigrante como vizinho a roubar no quintal alheio (pág. 113) é digna de debate, essencialmente se pensarmos em fronteiras e identidade - haverá assim tanta que ainda nos separe?


terça-feira, 22 de outubro de 2013

"A Verdade Sobre o Caso de Harry Quebert" de Joel Dicker - Opinião

"A Verdade Sobre o Caso de Harry Quebert" que bem se podia chamar "Quem matou Nola Kellergan?" é o mais recente romance policial de Joel Dicker.


O page turner "A Verdade Sobre o Caso de Harry Quebert" (Edição portuguesa pela Alfaguara/Objectiva) catapultou o autor de 27 anos para a ribalta, fazendo jus à profecia com que começa o seu livro: "Toda a gente falava do livro" E a verdade é que falam mesmo. Com vendas a ascender um milhão de exemplares, eis o livro que destronou "As Cinquenta Sombras de Grey" e que foi negociado por valores superiores aos do Harry Potter e, na opinião dos media, um caso para destronar também, "Inferno" de Dan Brown.

"Um bom livro, Marcus, é um livro que lamentamos ter acabado de ler"

Os críticos reconhecem-lhe traços de Nobokov, de Jonathan Frazen e até Woody Allen ou Philipe Roth. Eu reconheço-lhe uma intriga excepcional, muito bem emparelhada, com capítulos de mestre, páginas e páginas que nos deixam em suspenso, um crime talvez maior que o amor ou talvez seja melhor dizer que o maior crime foi mesmo: amar.

São quase 700 páginas que passam num ápice e que nos envolvem em cada personagem, fazendo-nos por vezes perder o fio à meada, preocupando-nos mais com o que é revelado sobre cada pessoa, do que realmente resolver o mistério de "Quem matou Nola Kellergan?"

"(...) toda a gente sabe escrever, mas nem todos são escritores.
- E como sabemos que somos escritores, Harry?
- Ninguém sabe se é escritor. São os outros que lho dizem."

E creio que a opinião pública e entendida neste tipo de "casos" já disse. Já fez saber que a meta a que aspirava Marcus Goldman é agora a etiqueta de Joel Dicker.

Este romance com traços de policial é um livro dentro de um livro que fala sobre outro livro. Passo a explicar. Temos um livro em mãos "A Verdade Sobre o Caso de Harry Quebert" que nos começa a revelar a pesarosa situação de Marcus Goldman, escritor best seller que tem, necessariamente, que produzir um novo livro. Ora crise de página branca instalada, Marcus parte em busca de auxílio, em busca de uma opinião de mestre. Em tempos foi aluno de outro escritor best seller, agora caído em esquecimento. Harry Quebert, conhecido pelas "As Origens do Mal" volta à ribalta, mas por ser acusado do homícidio de Nola Kellergan, quase 30 anos depois do desaparecimento da jovem.

Não querendo aproveitar-se da situação, mas sentido um dever como amigo, Goldman parte em busca da verdade e indo ele auxiliar Quebert. A sua investigação informal trará à luz do dia segredos e episódios há muito enterrados, mas não esquecidos. É a partir daqui que tudo se complica e se enreda e as reviravoltas são constantes e algumas complexas até.

Se encararmos o livro, sobre como escrever um livro, talvez este seja um manual, grande, complexo, teórico, rebuscado, mas um muito bom exemplar!

Em suma, é um trabalho meticuloso, é um livro com excelente capacidade critica, mas igualmente com elevada tendência para a introspecção. O autor ora nos faz olhar para o mundo e o estado da sociedade actual, como nos pede para olharmos para dentro. É também um enredo com elevado sentido de humor, que nos arranca algumas gargalhadas (talvez do melhor, a "A América é o paraíso do pénis" pág. 91/92), no entanto, não apreciei os diálogos maternais e exagerados entre Marcus e a mãe. Talvez seja o único detalhe negativo.

"- Sabe o que é um editor? É um escritor falhado cujo o pai tinha dinheiro suficiente para poder apropriar-se do talento dos outros."

Vejo o livro como uma manta de retalhos, um emaranhado complexo de traços, de características, de personalidades, de motivos e de cores... no entanto, depois de terminada, faz todo o sentido no seu conjunto. É assim o excelente livro de Joel Dicker.


Saibam mais do autor aqui
Partilho também um artigo do SOL que gostei bastante de ler e aprendi o conceito de page turner

“As Velas Ardem até ao Fim” - Sándor Márai - Opinião

A curiosidade para este autor, nasceu com o livro «A Herança de Esther» que ainda não li, já que quando comecei a procurar, deparei-me com este “As Velas Ardem até ao Fim” (uma edição Dom Quixote, 2001) e pareceu-me uma excelente forma de começar e não me enganei.

Comecei e acabei-o no mesmo dia. A inquietação de ter de saber o que se passou entre aqueles dois homens foi maior e a leitura teve de continuar.
A velhice actual de Konrád e Henrik é exposta através dos fantasmas que ficaram dos tempos vindouros onde estes dois amigos, conviveram e criaram uma personalidade em conjunto, desenvolvendo uma amizade muito pouco usual e ao mesmo tempo muito pura. Mas tudo muda, tudo se altera e a separação foi inevitável.

É na partida de um e no ficar do outro que se passam quarenta e um anos. Quarenta e um anos de espera, de ausência, de silêncio e igualmente de dúvida e mágoa, mas mais ainda de vontade de terem uma última conversa, um último desabafo.

O início do livro é o alerta para a chegada do tão esperado momento e todo o livro se desenrola de forma a fazer-nos saber do quão intrincada era a relação entre ambos. Até que a conversa, ou talvez mais um monólogo ocorra. Muitas são as perguntas ditas e desditas, porque já se sabem as respostas, muitas são as respostas mudas, em que os gestos e o silêncio dizem tudo... Digamos que é o climax final pelo qual esperamos todo o livro e este não desilude.


“As Velas Ardem até ao Fim” é uma extraordinária história de amizade e de resiliência humana, onde o retorno às origens e o confronto com a verdade pode sempre ser a salvação, o descanso e o apaziguar da alma. No entanto, são quarenta e um anos de vida em suspensão e você perdoaria? Seria capaz de viver assim? Foram perguntas que me vieram várias vezes à ideia.

"Aguentámos, pensou o general"

«Um portentoso tratado sobre a Amizade em forma de romance, uma obra-prima» diz Inês Pedrosa

Não poderia estar mais de acordo. Este enredo em formato de álbum de família, numa antevisão do já parco futuro, dá-nos a certeza de que o passado e o presente se misturam e se desaguam no futuro, é porque o futuro ao passado vai beber. Uma escrita poderossíssima e bela, que nos prende desde o primeiro momento. Um equilíbrio muito bem conseguido entre acção e descrição, não tornando nunca monótona a leitura. Um enredo cativante, por vezes comovente e ternurento, mas muito frontal e lúcido, deixando sempre a descoberto a pureza de uma amizade de mais de meio século.

"(...) os pormenores, às vezes, são muito importantes. Dum certo modo ligam todo o conjunto, colam a matéria base das recordações."

Que pormenores nos ficam? Que pormenores colam as nossas memórias?
Um romance sobre a amizade é certo, mas também sobre decisões, remorsos, consequências, honestidade e sobrevivência, sem esquecer o ciúme, a suspeita e o amor.

"Era o momento em que a noite se separa do dia, o mundo de baixo do mundo de cima. (...) É o último segundo em que a profundidade e a altura, a luz e a escuridão, tanto universal como humana, ainda se tocam (...)"

E na sombra, deixo-vos com Polonaise-Fantaisie de Chopin, já que a sua sombra também paira neste romance.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

As bibliotecas mais espectaculares do mundo

O jornal inglês The Telegrah elegeu The most spectacular libraries in the world
e na lista figuram duas bibliotecas em território nacional. 
 A Biblioteca do Convento de Mafra e a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra


 
São todas tão lindas que não sei por onde escolher. 
De todas, qual a vossa preferida? 
Qual a que vos deixou de queixo caido?  

Eu adorei a Admont Abbey Library na Austria. Simplesmente espectacular. Mas gosto muito da do Convento de Mafra, infelizmente não a visito desde a altura da escola. Quem sabe um dia volte lá. 

sábado, 19 de outubro de 2013

«Jesus Cristo Bebia Cerveja» de Afonso Cruz - Opinião


Depois de me ter deliciado com o «Livro do Ano», que tive o prazer de ver lido, interpretado, musicado na apresentação do ZDB integrado na Noite de Literatura Europeia, quis ler algo deste autor, como a minha cara metade leu e amou a «Boneca de Kokoschka», decidi escolher outro titulo.
A escolha recaiu sobre  "Jesus Cristo Bebia Cerveja" pois tinha um titulo mais sugestivo e eu também bebo cerveja ;) (permitam-me o "lol"). E pelo que sei o Afonso Cruz também.

Tinha alguma expectativa quanto ao livro, que em parte não me deixou defraudado, amei a maneira simples e bela como o autor escreve, este consegue com as palavras mais simples e à sua maneira descrever cenários terríveis que quase chegam a parecer belos.

O livro tem passagens que me deixaram imaginar o ridículo da situação, deixaram-me a pensar que no meu Alentejo aquela situação era possível de se ver, transportaram-me imediatamente para o calor tórrido da minha terra e visualizei alguns velhotes algumas situações. Estou a referir-me em especial às sórdidas situações com a avó da Rosa.

Se tiver algo a apontar a este enredo de «Jesus Cristo bebia cerveja» é o facto de, infelizmente, não ter conseguido apegar-me a nenhuma das personagens. Gosto do enredo e os episódios são forte, mas nenhuma personagem me chegou a prender, de forma a ganhar sentimentos por ela. Desde o pastor à inglesa, à avó ou até à Rosa, nenhum deles ganhou assim por dizer grande destaque.

Outra coisa em que fiquei a pensar foi: se uma escrita tão bela como a de Afonso Cruz não seria melhor utilizada numa historia "bonita", não numa história deste tipo, nua e crua, representando a dureza da vida não só do campo como também da cidade. Não sei se me explico muito bem, mas quando lemos algo tão belo, esperamos uma história igualmente bela e aqui é tudo bem negro.


Por fim quero deixar ainda aqui um apontamento sobre o pequeno livro que se encontra no fim e que vem preencher algumas lacunas importantes e dar mais um toque delicioso a este livro.

Apesar de ter aquele ponto que menos apreciei, recomendo a leitura do mesmo para degustarem a maneira como este autor escreve, entretanto acho que vou ler a «Boneca de Kokoschka».

*

Leiam mais sobre o autor, aqui, na Alfaguara/Objectiva, que edita alguns dos seus livros.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Rapaz das Fotografias Eternas - Edson Athayde - Opinião

«O Rapaz das Fotografias Eternas»  mostra toda a genialidade deste escritor. Edson Athayde consegue levar para a escrita todo o seu génio de publicitário e fazer-nos desejar ler e ler este livro até chegarmos ao fim. É impossível pegar e não o terminar, nós só queremos é conhecer cada detalhe, cada habitante, cada história, até damos por nós à procura da vila de Clarabóia no mapa... nós queremos chegar lá!

Apesar de reconhecermos que todo o livro é excepcional, talvez possamos dizer que o melhor é mesmo a forma como as personagens são descritas. Se umas são de uma beleza ímpar, já outras são tão caricatas que damos por nós a rir de tal absurdo. É das partes que mais temos vontade de ler aos outros e de rirmos e divagarmos em conjunto.

Talvez devêssemos começar pela Vila de Clarabóia, trecho de terra numa ilha, habitada então por tais personagens insólitas. É assim que começa o relato, com a descrição da raridade que é aquele pedaço de terra.  Uma vila sem chuva criada por um vendedor de guarda-chuvas.
É dentro desta vila, seca, mas muito fértil no seu povo, que começam a aparecer as excêntricas e criativas personagens.


Em «O Rapaz das Fotografias Eternas» temos Pedro, o rapaz que tira fotografias eternas como podem ver no book trailer, ele é a personagem principal e vai-se cruzando com as outras personagens tão ou mais caricatas do que ele.

As 3 Marias, cada uma com a sua mania. Sendo a nossa favorita a Maria, simplesmente Maria!
Um cão chamado Cão que é sempre substituído por outro cão chamado Cão, com uma característica especial, é um cão que percebe os humanos e consegue falar, mas atenção, só fala em Russo. Há também a particularidade de existirem porcos tratados como cães, já que cão é só um!

Temos ainda Alaor um viúvo de uma mulher que nunca nasceu, e que apesar disso ainda a consegue perder, querem saber como? Ora pois tentem, já que nem Alaor talvez tenha percebido bem como.

"A esposa de Alaor nasceu morta. Muitos choraram-na, menos Alaor. E nem poderia. Para isso ele teria que existir, ter sido já concebido, coisa que ainda levaria alguns anos."

Temos ainda Jonas o louco dançante que dança, dança e dança em frente da Maria apenas Maria. Jonas livrou-se da descendência regida pelos nomes começados por "T", já que o pai sobreviveu após ter sido engolido por uma baleia.
Na disputa das 3Marias, tinhamos Torquato, Túlio, Tibério e Theobaldo e Jonas, sem "T".

É nesta vivacidade de personagens e em capítulos galopantes que vamos sonhando juntamente com Maria, rindo com a porca da Socorro ou inventando explicações para as famosas fotografias eternas.
É também com esta panóplia de personagens que o autor nos consegue contar uma historia dramática, mas com um enorme sentido de humor e um lado mais sonhador ainda.

"O estabelecimento em frente vende Lp's de música de baile. O do lado esquerdo, alberga a loja da Flora, cartomante bissexta, que vende cautelas de lotaria e bifanas suspeitas. O do direito tinha sido um bordel, hoje é uma uma daquelas pensões com nome de santo, como que a desculpar-se de antigos pecados."

Antes de finalizar queremos apontar um ponto negativo, existem algumas personagens que aparecem e desaparecem  da historia sem que isso faça muito sentido, podem adocicar o enredo, mas não vemos até que ponto possam contribuir para o avanço da história.

O povo de Claraboia dá origem a um relato meio alucinado, mas que nós adorámos ler. Acreditamos que, numa outra leitura, numa outra fracção de tempo, cada personagem e cada episódio poderá ganhar uma nova aura. É quase como se fosse um sonho, ao qual retomamos e temos sempre nova interpretação.

E as fotografias eternas, o que serão?



«Cornos da Fonte Fria» de Abel Neves - Opinião


«Cornos da Fonte Fria» de Abel Neves é uma edição Sextante, confira mais aqui.


Apaixonei-me por «Cornos da Fonte Fria» de Abel Neves apenas pela capa. Digamos que foi amor à primeira vista. A ideia de um farol em "formato" biblioteca, ou uma biblioteca em forma de farol é o mote da capa e a meu ver de todo o livro, aliás foi essa ideia que me acompanhou durante toda a leitura.

Imaginem que na Fraga da Moura, algures no Gerês, numa aldeia chamada Pitões das Júnias, no topo da serra com mais de 750 metros de altitude, nasce, da força e da vontade dos homens um projecto ímpar - a construção de um farol (sim, no meio da serra!), uma biblioteca com vista para o mundo inteiro e com uma luminária, clareando assim o caminho de todos.

"Imagina o farol de que te falei um dia, lembras-te? Proponho um farol construído neste aspecto da serra, azul e branco às listas, grande, com lumieira no topo que há-de ser sempre exuberante mesmo se discreta então, depois de feito na paisagem, feito com pedra do lugar, com as mãos do lugar, o farol será por dentro uma biblioteca. Destas ambições eu gosto. Só precisamos de coragem para que a ideia tenha adeptos. Quando um dia, o mundo contemplar o farol de Pitões poderá dizer: a beleza tem destas coisas."

Esta é uma ideia simplesmente brilhante e que me apaixonou durante todo o livro. Se a biblioteca farol existisse, eu iria por certo, muitas mais vezes ao Gerês, aliás tinha já um motivo (mais um) para lá voltar. Mas se não bastasse a ideia surreal de um farol em plena serra, o livro de Abel Neves é perito em nos fazer sentir próximos dos prazeres da vida rural e desejar um maior contacto com a terra, os bichos, os cheiros e as sensações de quem partilha uma vida de proximidade com a Natureza.

As histórias entrelaçam-se entre os vários personagens, entre um livro dentro de livros, os escritus dentro de uma saqueta e a Natureza aos pedaços. São fragmentos!
É isso mesmo, fragmentos, alguns parecem palavras e ideias soltas, frases desconexas e ideias desprendidas de um sentido... são páginas de introspecção e outras de divagação... são relatos de sensações e alguns episódios à mistura, são momentos. São 85 pequenos movimentos dispersos por 4 movimentos maiores.

"(...) Que direito tenho de compor sobre uma fractura, inventando e sugerindo palavras, tentando dar sentido a um fragmento, torná-lo maior? (...) A reconstituição é uma arte ou um abuso."

Apesar de apreciar as divagações do personagem principal, de quem eu mais gostei foi mesmo do Raspa-te e do Flores, aliás, chegamos ao fim e sem grande noção de uma linha do tempo na história perguntamo-nos se as personagens não se sobrepõe e se o escritor (o do enredo) não escreverá sobre ele mesmo e as suas aventuras aquando estava "na terra"!?

Se as divagações do Raspa-te com as aventuras do unicórnio são completamente surreais e hilariantes, os episódios do padre Moreia arrancam-nos também algumas risadas. Já alguma lentidão com que certas coisas acontecem e nunca se revelam, adensam ainda mais o mistério em torno de Vigário.
As personagens que vão surgindo dão corpo à ideia do farol biblioteca, embelezando-o, cruzando a importância e a beleza dos livros com a beleza da terra. Não esquecendo as dificuldades, o autor coloca as suas personagens com alguns dilemas entre o rural e o urbano, vencendo a meu ver o poder enigmático e apaziguador da natureza.

"Amanhã antes de sairmos, lembra-me de esfregar os dedos na hortelã e as urtigas no joelho."

Eu diria ainda que este livro revela o poder redentor que a ruralidade pode ter em cada um de nós.

Sim..."Pede-me o que quiseres"

Uma novidade Planeta para o meu querido mês de Outubro
Megan Maxwell arrasou os tops de venda em Espanha, com mais de 140.000 exemplares, em apenas seis meses. Chega agora a Portugal o primeiro volume da série com o mesmo nome, "Pede-me o que quiseres", ou em Espanhol, "Pídeme lo que quieras".
Ontem, com a publicação desta foto no facebook, fiquei a saber que algumas das nossas leitoras/seguidoras já leram a versão original e estão ansiosamente à espera de saber o fim.

(não resisti a colocar a flor no cabelo, cada um e a sua pancada! 
A Flor é um miminho que veio com o livro)


SINOPSE:
Após a morte do pai, o prestigiado empresário alemão Eric Zimmerman decide viajar até Espanha para supervisionar as filiais da empresa Müller. Nos escritórios centrais de Madrid conhece Judith, uma jovem inteligente e simpática, por quem se enamora de imediato. Judith sucumbe à atracção que o alemão exerce sobreela e aceita tomar parte nos seus jogos sexuais, repletos de fantasias e erotismo. Com ele aprenderá que todos temos dentro um voyeur, e que as pessoas se dividem em submissos e dominantes… 
Mas o tempo passa, a relação intensifica-se e Eric começa a temer que o seu segredo seja descoberto, algo que poderiaditar o princípio do fim de uma relação. 

Amor, sexo e luxúria sem limites para ler sem moderação. 
Um romance atrevido, em que o mórbido e as fantasias sexuais estão na ordem do dia. 
 Uma história de amor cheia de encontros e desencontros na qual os jogos eróticos, o voyeurismo e o desejo de ultrapassar todos os limites do prazer são os grandes protagonistas.
 
Mais informações no site Planeta

NYPD Red - James Patterson - Opinião

Este é o segundo livro que leio do autor e a opinião continua a mesma, James Patterson desta vez acompanhado por Marshall Karp proporcionou-me um livro cheio de acção que se mantém desde o inicio até ao fim, com capítulos curtos o que nos leva a querer ler sempre mais um bocadinho, mais um capitulo e mais outro e outro...
Patterson e Karp trazem-nos personagens bem construídas e fortes e com esta conjugação, consegue proporcionar-nos uma leitura despreocupada durante varias horas, onde nos embrenhamos na acção e queremos ser parte do livro, queremos assumir uma das personagens e tu, qual serias?

Desta vez o autor leva-nos até ao glamour de NYPD Red um brigada da policia especialmente criada para proteger os ricos e famosos, aqui trabalham dois policias extraordinários Zach e Kylie, dois policias que vamos descobrindo ao longo do livro. Personagens que têm um passado em comum, onde poderão estar escondidos alguns segredos que o autor na minha opinião vai guardando para um livro próximo...mantendo assim o interesse na saga e fazendo-nos querer ler o seguinte.

Temos também um vilão que nos é revelado logo nas primeiras páginas o que faz com que em vez de o tentarmos descobrir vamos passando o livro todo a pensar em como o conseguir apanhar, (gostei muito deste pormenor pois não é muito habitual). Com esta jogada o autor consegue criar uma personagem, a meu ver, bastante bem explorada, ganhando todo o enredo muito mais com esse detalhe.

http://www.2020.pt/
O autor guarda a melhor parte do livro para o fim (as usual) e consegue por momentos dar-nos a pensar que será possível o vilão escapar.
E agora, será que escapa?
Continuará o vilão a perdurar nesta série?
Têm palpites?
Mais não vos digo, aliás digo: achei o final surpreendente.


Contudo, nem tudo são rosas neste livro, tenho de apontar alguns defeitos, para mim acho que o livro não deveria ser tão perfeito, as personagens são sempre lindas, ricas, bem vestidas, super inteligentes, ao estilo das séries americanas, gosto de cenários um pouco mais negros, mas claro, esta brigada é de protecção aos ricos e abastados...

Além deste pormenor, existem ainda muitas coincidências em algumas partes do livro o que leva a querer que sejam um  pouco forçadas, ou seja, a gente quer que algo corra mal...

De qualquer forma apreciei bastante o livro e no seu conjunto funciona muito bem.
Deixo aqui um aviso, na capa deveria estar escrito:  PERIGO - leitura extremamente viciante!
*

Esta leitura teve o apoio da TOPSELLER, livros que se devoram!

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Resultado Passatempo - «A Bibliotecária» - Editorial Planeta


O passatempo «A Bibliotecária» da Editorial Planeta contou com 588 participações e a participação vencedora é a Nº 523 - Ana Gonçalves Ferreira. Já seguiu o e-mail a pedir os dados de envio do livro para reenviarmos à editora. 

Obrigada a todos e boas leituras.

Obrigada também à PLANETA pelo apoio.




A traficante de crianças – Gabrielle Wittkop



CUIDADO, MUITO CUIDADO...
Se é uma pessoa que tem sentimentos.
Se é uma pessoa normal.
Se é uma pessoa que respeita os seres humanos.
Se tem filhos...
Se é sensível a imagens (mesmo que textuais) chocantes
Se tem intolerância à violência extrema
... e se tem pesadelos com facilidade.
Então...
este não é um livro para si!!!
A meu ver este é um livro NÃO recomendado a pessoas sensíveis e susceptíveis a ficarem perturbadas com temas violentos e um tanto bizarros.

Depois de ler Herry Miller ou Marques de Sade, pensei que mais nada me podia mais surpreender tanto, mas afinal estava longe de tais surpresas e eis que Gabrielle Wittkop veio abalar todo esse pensamento e até algumas estruturas, fazendo-me pensar que talvez seja mais sensível do que pensava.

«A traficante de crianças» leva o leitor até uma Paris do remoto século XVIII  onde a libertinagem é "bem vista" e ocorre um pouco por todo o lado e entenda-se aqui libertinagem no sentido mais aberto da palavra.

O enredo é-nos relatado em forma de correspondência, revelando o dia a Dia de Marguerite e Lousie duas alcoviteiras (e aqui o termo pode parecer "fraco" e quase inocente, mas foi apreciá-lo melhor e tem pouco disso) que se dedicam ao tráfico de Crianças.

São descritos pormenores do que era feito às crianças a nível sexual e outro tipo de abuso, nomeadamente torturas físicas e psicológicas. São descritos também os autores desses abusos e como toda a engrenagem do negócio funciona, desde a proveniência das crianças, até onde são "largadas" depois de serem usadas e abusadas, até ao dia que morrem. E morrer aqui, seria uma sorte! Pois muitos deles, dos que vão sobrevivendo ainda serão usados e abusados para mais algumas orgias sexuais ou então, como banquete.

Gabrielle Wittkop conseguiu chocar-me em quase todas as suas páginas. O choque maior é constatar que alguém é capaz de pensar tais atrocidades e isso já me provoca alguns vómitos, quanto mais pensar que possivelmente tais bizarrices foram mesmo cometidas e ainda o deverão ser, tanto em países desenvolvidos como em países do terceiro mundo, já que é recorrente constatar que cada dia existem mais relatos de pedófilos e outro tipo de perturbados mentais a usarem pessoas (sejam adultos ou crianças) ou até animais para determinadas atrocidades.

Não sou do tipo moralista, mas penso que existem alguns tipos de livros e de ideias que não deveriam estar acessíveis a todas as pessoas, ou mesmo a nenhumas, este poderia ser um deles, pois apesar de bem escrito só a ideia de que algum pervertido o possa ler e aproveitar algumas das ideias provoca-me arrepios .

Depois de todos estes avisos se ainda quiser, ou tiver curiosidade de ler, leia! Ficará perturbado, mas talvez mais conhecedor das mais negras capacidades humanas.

*
A traficante de crianças de Gabrielle Wittkop é uma edição da Antígona - Editores Refractários


Memórias de um Amigo Imaginário de Matthew Dicks - Planeta

E você já teve um amigo imaginário?


«Há muito tempo que não lia um livro que me empolgasse tanto. Prendeu-me e impressionou-me com a sua visão única. Pode ter a certeza de que nunca leu um livro assim.»
JODI PICOULT


«O meu nome é Budo.

Existo há cinco anos.

Cinco anos é muito tempo para alguém como eu.

Foi Max quem me deu o nome. Max tem oito anos.

Max é o único ser humano que consegue ver-me.

Sei aquilo que Max sabe e algumas coisas que não sabe.

Sei que Max corre perigo.

E sei que sou o único que pode salvá-lo.»

*




Mathew Dicks inspira-se nos amigos imaginários das crianças e a sua importância para dar voz a uma história diferente onde o poder da amizade é mais forte que tudo.

A história é narrada pelo amigo imaginário Budo, e com ele entramos no mundo imaginário das crianças com as suas alegrias e medos, traquinices e desobediências e no perigo real que todas as crianças correm.

Matthew Dicks é escritor e também professor primário e tem artigos publicados no Hartford Courant.
É também um contador de histórias e já venceu duas vezes o StorySLAM.

«Memórias de Um Amigo Imaginário» catapultou-o para a fama, devido à sua abordagem do imaginário de uma criança autista.


«Esplendidamente escrito com atenção amorosa da personagem e do pormenor.»
Booklist


Uma leitura com a cortesia da PLANETA




quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Passatempo Editorial Presença: "Quando o Cuco Chama" + Brinde




************* NOVO PASSATEMPO **************

A decorrer até 31/10/2013

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Em parceria com a Editorial Presença temos para oferecer "Quando o Cuco Chama" + Brinde (conforme imagem). Podem ler mais sobre o livro, aqui: http://www.presenca.pt/livro/quando-o-cuco-chama/

E ler as primeiras páginas aqui: http://www.presenca.pt/files//products/Exc01040563.pdf

*
PASSATEMPO

Para se habilitar ao passatempo, preencha o formulário abaixo e siga as regras dos nossos passatempos:

ATENÇÃO - REGRAS:
- O preenchimento do formulário é obrigatório para se habilitar ao passatempo.
- Podem participar todos os dias, aumentando assim as vossas possibilidades de ganharem.
- Só serão aceites participações de fãs e/ou seguidores.
- Só aceitamos participações de residentes em Portugal.
- Sorteamos o livro no random.org entre todos os participantes.
- Não nos responsabilizamos por nenhum extravio, neste caso o envio é garantido pela editora.

NOTA:
- Façam partilha do passatempo
- Ou copie o link e partilhe no seu mural de facebook, blogue ou outro
Ajude-nos a divulgar


BOA SORTE A TODOS OS PARTICIPANTES!

Resultado Passatempo «In Sexus Veritas» - Chiado Editora


O passatempo «In Sexus Veritas» da Chiado Editora  contou com 571 participações e a participação vencedora é a Nº 292 - Olga Pires do Amaral  . Já seguiu o e-mail a pedir os dados de envio do livro para reenviarmos à editora. 

Obrigada a todos e boas leituras.

Obrigada também à Chiado Editora pelo apoio.


Resultado Passatempo - «Salvo pelas Estrelas» SELF



O passatempo «Salvo pelas Estrelas» da SELF contou com 508 participações e a participação vencedora é a Nº 208 - Catarina Gonçalves Pereira . Já seguiu o e-mail a pedir os dados de envio do livro para reenviarmos à editora. 

Obrigada a todos e boas leituras.
Obrigada à SELF pelo apoio.


Resultado Passatempo - "E é assim que acaba"



O passatempo "E é assim que acaba" da Editorial Presença contou com 864 participações e a participação vencedora é a Nº 170 - Isabel Cristina Azevedo.
 Já seguiu o e-mail a pedir os dados de envio do livro para reenviarmos à editora. 

Obrigada a todos e boas leituras.

Mais uma vez grata também à Presença pelo constante apoio.



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Opinião -- " Objectos Cortantes "

"Amargo mas inacreditável afiado" é como o INDEPENDENT descreve o primeiro romance de Gillian Flynn. Para mim, é o arrastar de uma lâmina pela pele, com pressão suficiente para arder e marcar até fazer sangue, até ficarmos estupefactos a olhar para o que lemos. "Objectos cortantes" pauta pela escuridão, pelos momentos negros das personagens, das circunstâncias e do nosso pensamento que acompanha a leitura "que segredos obscuros escondem as pessoas que nos rodeiam?". Pior, acho que nunca mais vou olhar para um adolescente da mesma maneira!

(foto elsar)

A minha opinião:
Com o desaparecimento de mais uma jovem em Wind Gap, Camille é enviada em reportagem pelo seu editor para a cidade que a viu crescer e a marcou, física e emocionalmente, para toda a vida. No decorrer do livro assistimos ao levantar da cortina sob uma cidade cheia de segredos, onde os locais tem todos a sua cota parte de malvadez e onde é constante acontecerem episódios de violência sem que existam grandes consequências ou consequências ao real culpado. Conhecemos igualmente Camille, a nossa conturbada personagem principal, que sofre o tormento de voltar à sua terra natal, à família disfuncional (mas socialmente perfeita) que a tornou a adulta imperfeita que sente ser e que nada fazem para apaziguar os tumultos internos da sua mente, que sabemos se traduzirem ao longo de todo o seu corpo.

Os cantos escuros de onde saem mãos que nos arrastam e nos espancam com a verdade, é o que mais me assusta na escrita de Gillian Flynn. A sua mente deve ser um local bem interessante e em parte terrivelmente sombrio, para criar uma Wind Gap tão desprovida de normalidade, com personagens com um interior tão negro, que acabam por arrastar os que as rodeiam para o mesmo buraco, no qual acabam por sufocar.

Na corrida de personagem mais arrepiante, há quase um empate entre a mãe e a irmã de Camille. Aparentemente perfeitas, são donas de uma malvadez extrema, cada uma à sua maneira e com tamanha mestria em mandar abaixo quem, na sua mente conturbada, as limita e perturba.

No entanto, no meio de tanta malícia, encontrei o meu momento preferido na cena mais íntima, sendo de tal modo grande a exposição para a personagem que me comoveu. Abrir a alma a alguém é das coisas mais difíceis de fazer, abri o corpo e alma a outra pessoa e sermos compreendidos é como atingir o nirvana, nem que seja apenas naquele momento. No meio de uma história negra este foi o único sorriso. Camille merecia um momento assim como compensação pelo seu passado e presente, quer na presença da família quer nos períodos em que vagueava sozinha na sua mente difusa.

Quantos aos outros livros da autora, Em Parte Incerta e Cantos escuros, estão na wishlist e no topo dos livros que mais quero ler este ano.


Lembrem-se de mim, meu aniversário e natal está quase à porta :D
Boas leituras!!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Comecei a ler 2 livros ao mesmo tempo!

Por norma não faço isto. Tenho tendência em misturar as histórias, acho sempre que não tenho estado de espirito para ler, por exemplo, um romance e um policial ao mesmo tempo mas achei que esta leitura em simultâneo podia ser interessante e estimulante para o cérebro. 
Romance durante o dia, erotismo à noite. :)

 Mais informações no Site Marcador

Sinopse

Uma história de amor real, numa Paris tradicional, bonita, mas simultaneamente cosmopolita. Cheia de cor, sabores doces e intensos. Com todos os ingredientes de uma boa história e que podia acontecer a qualquer mulher.
Porque na Cidade das Luzes, todos os sonhos se tornam realidade. Uma jovem mulher é apanhada entre duas paixões – a primeira, a do seu novo e lindo amor Gwendal, e a segunda, a fantástica cozinha francesa. Misturadas numa das mais românticas cidades do mundo, fazem a protagonista perceber que, juntas, elas podem fazê-la descobrir quem realmente é e tornar os seus talentos a sua forma de vida e a sua nova paixão.
Tudo regado com molho de vieiras e champanhe, muito gengibre, e, claro, no final, uma sobremesa de soufflé de chocolate. Uma história contada entre cores e sabores, em mercados de Paris, com cheiro a coentros e sabores intensos a canela e endro.
TODOS OS INGREDIENTES DE UM BOM ROMANCE NUMA INESQUECÍVEL HISTÓRIA DE AMOR 

Nota: Vou no terceiro capítulo e já tenho vontade de cozinhar. 
Nota 2: Sou uma valente nódoa na cozinha!!! :|

 Mais informações no Site Marcador
» Excerto «

Sinopse

Harry e Madeleine Winslow foram abençoados na vida: têm talento, charme e dinheiro. Harry é um autor premiado e com uma carreira promissora.
Madeleine é uma mulher de beleza sublime e graça, cuja bondade e serenidade desmentem a educação privilegiada e vivência luxuosa. Ligados por profunda devoção, partilham um amor que provoca inveja.
Num fim-de-semana, no princípio do Verão passado na praia, Harry e Maddy, que estão na casa dos quarenta, conhecem Claire, uma jovem aparentemente inocente e inteligente, que desperta com a sua juventude cativante e ingenuidade desarmante uma admiração no casal. Atraída pelo inegável magnetismo dos Winslow, Claire entra na vida do casal.
Mas, ao longo do Verão, a amizade e reverência transformam-se em desejo perigoso. O que irá abalar e poderá destruir o mundo dos Winslow.
Uma história de amor, luxúria, engano e traição contada através da perspectiva de Walter, amigo de infância e apaixonado em segredo por Maddy. Indiscrição é um romance pensado, cheio de fascinantes factos da vida, um irresistível e sensual page-turner, que explora o desejo de ter tudo, e as consequências de querer mais, com um equilíbrio subtil de sexo e muito intimista.

«Estreia elegante, escrita inteligente e observadora.»
Publishers Weekly
«O primeiro romance de Charles Dubow é uma deliciosa e absorvente história. As personagens cativantes parecem saltar da página convidando o leitor a entrar na sua história.»
Library Journal

«Um romance épico de amizade, traição e amor eterno… excelente.»
Kirkus

 Nota: Ai as ideias que tenho em mente para a sessão fotográfia sobre este livro :D

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

«Deste lado da Luz» de Colum McCann - Opinião


Com uma escrita que é bastante acessível e não deixando de ser cuidada, o autor leva-nos a viajar por um mundo de miséria durante quatro gerações, entre o ano de 1916 e 1991 fazendo-nos um guia sobre alguns dos grandes acontecimentos de Nova Iorque.

Esta história é-nos trazida através da vida de dois personagens, Nathan Walker e Treefrog que ao principio parecem nada ter a ver um com o outro, mas conforme avançamos nas páginas do livro este suposto afastamento vai-se dissolvendo e mais ou menos a meio do livro começamos a supor o que se ira revelar.

Comecemos então o enredo. O novelo é escuro, sombrio e nas profundidades. Nathan Walker é um "toupeira", um trabalho sujo e perigoso, mas muito necessário em construções subterrâneas. Construção essa que é um acontecimento marcante na história da Big Aple. Nathan escava túneis sob o rio Hudson que servirá o metro entre Brooklyn e Manhattan.
Também nesses túneis encontramos, Treefrog, um sem abrigo que se refugia no esquecimento e na invisibilidade dadas por esses locais sombrios.

O livro é brilhante, já que combina de forma muito harmoniosa factos com ficção. Revelando grandes flagelos da sociedade da época, McCann traz à luz temas tão sombrios como o racismo e as precárias condições de trabalho, talvez dois dos flagelos que mais vidas colocavam em risco.

A história colectiva de uma cidade, cruza-se com as histórias pessoais de cada um dos personagens. Se por um lado temos flagelos e problemas de cariz social, económico e até racial. Temos por outro lado, crises familiares, álcool, preconceito, orgulho e dificuldades de diálogo que vão contribuindo para alguns desfasamentos mentais de Treefrog.

As histórias avançam e as gerações também, mas nem por isso as histórias ficam menos grotescas. Apesar de existir aqui dedicação, amor e confiança, há também muita incompreensão e até alguma ignorância em entender a própria condição humana.

Com as suas palavras, sábias e bem estruturadas, este livro consegue por vezes fazer-nos odiar as personagens e logo a seguir sentirmos uma certa empatia, evoluindo para a compreensão, quase fazendo esquecer os sentimentos mais nefastos anteriormente sentidos.

Para mim, o livro em questão ganha ainda mais valor, por nos levar a pensar em quais seriam as nossas acções se tivéssemos crescido num ambiente semelhante ao que é descrito, leva-nos a pensar que certas pessoas pelo seu estatuto na sociedade ou pela sua fraca educação, são obrigadas a ter determinados comportamentos.

Por fim é um livro que nos leva a uma realidade que penso que em Portugal não existe, mas é frequente haver relatos de países como a América. A existências de inúmeros sem abrigo em túneis, esquecidos e escondidos da sociedade.
O enredo faz-nos descer à realidade do submundo dos sem abrigos que vivem confinados aos túneis do metro, sendo que quase passam despercebidos da sociedade em geral, leva-nos a pensar como esta gente "meio morta", quase invisível, pessoas com problemas com álcool e com drogas, alguns até com problemas mentais, ainda têm sentimentos e que talvez, ainda desejem e possam voltar a ser integrados na sociedade.
Creio que nesses aspecto, a escrita aproxima-nos muito da realidade, tentando fazer-nos olhar para algo de que desviamos constantemente o olhar.

Apesar de ser um livro muito sombrio adorei a sua leitura e sobretudo como o autor consegui juntar as vidas destas personagens durante um período tão grande de tempo.


«Deste lado da Luz» de Colum McCann é uma edição da Civilização Editora.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

«Tive de o matar» de Romana Petri - Opinião

Depois de ter ido a apresentação do novo livro desta autora promovido pela Roda dos Iivros, fiquei com alguma curiosidade de ler algo dela, de alguns que podia escolher como sempre escolhi aquele cujo a capa mais me atraiu, e deveras que não foi uma má escolha.


Neste livro a autora relata-nos a vida de Lulu uma professora de reclusas, divorciada e que vive num pequeno apartamento com o seu filho. No entanto, é a parte do divórcio que fomenta todo o enredo.

Desde o divórcio que Lulu não lida muito bem com esta situação. Esse sentimento negativo é aumentado e atiçado pela sua profissão onde ouve todos os dias relatos de mortes e vinganças. Assim, começa a crescer dentro dela um desejo de vingança, livrando-se assim da revolta deixada pela traição do seu ex marido.

A este intuito de vingança ainda acrescem as "visões", alucinações que Lulu vai tento. A protagonista de «Tive de o matar» cria na sua mente amigos fantasma, tão maquiavélicos ou mediáticos como Alexandre O Grande, Ricardo Coração de Leão, ou Carlos Magno e outros personagens históricos, que aos poucos lhe vão dando força para que execute a sua vingança.

Neste ponto, talvez menos lúcido, o livro esta muito bem escrito, facilitando a passagem da realidade para o imaginário destas visões, elevando a escrita da autora a outro patamar. Reconhece-se uma escrita que nos leva a crer, quase como se fosse escrita por pessoas diferentes. Seria quase como estar na presença de um personagem (ou a escritora mesmo) com dupla personalidade.
O bizarro e o grotesco de algumas situações ajudam ainda mais à tese da dupla personalidade e até de algum distúrbio mental, no entanto, esses desequilíbrios e desvios, dão origem a passagens verdadeiramente hilariantes.

E quem lê o que acha? Lulu, presa no ressentimento é capaz de se catapultar até junto de grandes personagens e beber deles a coragem para o grande final ou simplesmente por despeito e desespero refugia-se em visões extravagantes, afastando-a ainda mais de uma vida que teima em não voltar à normalidade.

No fim Romana Petri mostra-nos uma Lulu completamente em transe e de espada em riste, sem saber se está na realidade ou em mais umas das suas visões, brindando-nos com um final surpreendente e emocionante.

*

«Tive de o matar» foi editado pela Cavalo de Ferro, como a maioria dos outros títulos da autora, no entanto, os últimos dois livros, «Esteja eu onde estiver» e «Tudo o que nunca te disse», publicado em Julho, são agora lançados pela Bertrand Editora.