segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Opinião "Viveram, riram e viram que era bom"


Quando vi o título e a sinopse do mais recente livro de David Arnold dei comigo a pensar "hã? Não percebi!" Mas depois de 281 páginas de homenagens tocantes, amores transcendentes, laços de amizade inquebráveis, primeiros beijos ribombantes, divagações de mentes pesarosas e músicas com flores que brotam do coração, o meu entendimento é total quando olho e leio "eles VIVERAM, eles RIRAM E eles VIRAM QUE ERA BOM"

Conhecemos Vic na esquadra da Polícia. Não seria um bom sinal não fosse toda a jornada e a lição de vida que Vic absorveu nos últimos dias e que o levou até ali.
Órfão de um progenitor digno de citação, Vic sente um vazio enorme com a ausência do pai e vê-se em falta para com a sua memória, em especial quando a mãe começa a seguir em frente e Vic teima em manter a ferida aberta por mais tempo.
Disposto a dar resposta aos últimos desejos do pai e a dar sentido aos pensamentos dispersos na sua cabeça, Vic parte sem no entanto ir muito longe e não sem antes ser "adoptado" pelo grupo mais curioso, genuíno e coração aberto que algum dia poderia encontrar.
Mad, Baz, Zuz e Coco....tudo histórias pessoais que se envolvem num plano superior e que, nos seus jeitos e personalidades especiais, vão influenciar a jornada de Vic.

(parte da capa original do livro em inglês - Kids of Appetite)

E se a sinopse, como eu disse anteriormente, possa não fazer combinar nada com nada ao início, garanto-vos anuncia um mundo abstracto, de inclinar a cabeça e apreciar uma obra de arte.
Desafio-vos a testar o vosso apetite por algo diferente, a olharem para as coisas de um outro ponto de vista e de, acima de tudo inserirem no vosso dia algo que li aqui e que gostava que fosse uma máxima do mundo 
"A forma como vivemos não tem nada a ver com a forma que tratamos os outros"

Se "Viagem à procura de mim" não me apanhou, este "Viveram, riram e viram que era bom" apanhou-me na curva, levou-me para casa e não me larga desde então.
Ainda há uma parte de mim, num dos muitos diagramas de Venn que caracterizam a minha pessoa, que encontra a junção perfeita para apreciar em pleno este livro


Até lá, ao momento em que temo perder a capacidade de apreciar um bom livro YA quando tenho o dobro da idade do público alvo, deixo-vos com outra música com flores no titulo e que me mete mais à direita daquele diagrama mas que sempre constou da minha playlist pessoal.


Boas leituras e boas vidas.

 

Sem comentários :